Jornalista, escritor, colunista do Jornal Extra, Tribuna do Sertão e presidente do Instituto Cidadão.

Conteúdo Opinativo

Por que apenas Collor?

05/05/2025 - 19:25
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Por seis votos a quatro, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu manter a prisão do ex-presidente Fernando Collor. Na última fase de julgamento votaram contra o relator os ministros André Mendonça, Gilmar Mendes, Luiz Fux e Kassio Nunes Marques. A decisão de manter a prisão significou para o ministro Alexandre de Moraes o abrir caminho para prender o ex-presidente Jair Bolsonaro. Os votos divergentes mostram, claramente, que no STF nem todos queriam a condenação de Collor. Depois de soltar ou arquivar denúncias contra importantes figuras da política, inclusive alguns alagoanos, com inúmeros processos por corrupção, a Corte usou Fernando apenas como “bode expiatório” ou o escolhido para pagar a culpa dos outros.

Tribunal de Contas

Ingressei no quadro de servidores do Tribunal de Contas no ano de 1970, quando seu presidente era o conselheiro Jorge Assunção, dirigindo um colegiado com alta responsabilidade e compromisso com a coisa pública. As prefeituras eram fiscalizadas “in loco” rigorosamente todos os anos, assim como os órgãos do Estado, frequentemente. Foi-se esse tempo, o TC de hoje julga contas, sem fiscalizar, anos após os prefeitos deixarem os cargos (alguns deles já mortos) e as contas do governo deixa para a Assembleia julgar. O “compadrio” e os “negócios da política”, mudaram tudo, pra muito pior, claro. Já não se faz mais Tribunais de Contas como antigamente.

‘Cock-and-bull story’

Na política do mundo inteiro o convívio com as pautas negativas, corrupção e ódio, são elementos sempre presentes. “Política como Ciência é conversa pra boi dormir”, dizia um nosso professor americano no curso de Ciências Políticas na UnB. No Brasil a coisa é bem pior e, em Alagoas, talvez a pior do Brasil. Não será surpresa vermos nas próximas eleições a junção de intrigas e ódios em busca de não perder o poder. Eles fazem todo tipo de alianças, que até o diabo se escandaliza e o besta do eleitor que se ferre.

Pega o ladrão

No país inteiro servidores aposentados já com salários miseráveis, pelo INSS, tiveram suas contas invadidas por quadrilhas da maior periculosidade, que usurparam bilhões em seus contracheques, no maior escândalo envolvendo a Previdência. O presidente do órgão sabia, o ministro Carlos Lupi sabia, os diretores sabiam e cada um guardou o segredo para si. Não adianta essa conversa de dizer que “o roubo começou no governo anterior”. Lá se vão quase três anos do governo do presidente Lula e a bandidagem só aumentou. Tem ladrão demais solto por aí.

Tempo de calar

Recém-chegado dos funerais do papa Francisco, Lula deveria desperdiçar um naco de sua agenda com a leitura de uma célebre passagem do livro de Eclesiastes. Nela, aprende-se que há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu. Tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las. Tempo de plantar e tempo de colher. Tempo disso, tempo daquilo... O assalto aos aposentados intima Lula a falar. Mas o presidente, alheio às necessidades do seu tempo, cala. (Comentário do colunista Josias de Souza no Uol)

Guerra entre poderes

Tensão entre Câmara e STF só aumenta. Comentário foi feito após o presidente Hugo Motta ser informado oficialmente pelo Supremo de que a Câmara dos Deputados não pode suspender o processo pela tentativa de golpe a que responde Alexandre Ramagem (PL-RJ). Do ponto de vista da segurança jurídica, a interferência, muitas vezes de forma reiterada, do Judiciário atrapalha. “O Judiciário está se metendo em praticamente tudo, e isso não é bom para o país”.

Uma epidemia

O escândalo do INSS é um claro exemplo de irresponsabilidade da máquina pública. O esquema que roubou mais de R$ 6 bilhões no (Instituto Nacional do Seguro Social) é a mais recente prova para apontar ineficiências na gestão do Estado. Os órgãos de controle, quando não eficientes, são políticos e deixam a desejar funções de fiscalização. O Estado brasileiro é carente de políticas responsáveis por gerar despesas na conformidade de suas receitas. Uma pena, tornou-se uma epidemia.

Rui Palmeira

O ex-prefeito e hoje vereador Rui Palmeira tem sido apontado como a grande revelação nessa gestão na Casa Mário Guimarães. O fato não surpreende, apenas constata sua versatilidade e conhecimento dos temas que tem levado ao plenário. Em paralelo Rui tem estado em bairros e regiões periféricas, não fazendo como vários de seus colegas que surgem apenas em época de eleição.

Sabe que vai

O ex-presidente Jair Bolsonaro já sabe que a prisão de Fernando Collor significa que o seu tempo chegou. Já tem conversado com amigos e aliados estratégias para se manter “vivo” no tempo atrás das grades. Sabe também que não terá chance de disputa em 2026, muito menos madame Michelle, por rejeição partidária. Tarcísio, o governador, quer buscar a reeleição, principalmente se o adversário for Lula.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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