Jornalista, escritor, colunista do Jornal Extra, Tribuna do Sertão e presidente do Instituto Cidadão.

Conteúdo Opinativo

O passado condena

01/11/2025 - 06:00
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Se confirmar sua candidatura à Presidência da República, o governador Tarcísio de Freitas vai entrar em seu “inferno astral” político. Seu passado será revirado de cabeça pra baixo, como acontece com qualquer presidenciável relevante. E há pontos sensíveis. Setores da oposição e da imprensa já se movimentam para retomar questionamentos antigos sobre sua passagem pelo DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Acusações, ainda que nunca totalmente esclarecidas ao grande público, rondam seu histórico administrativo e podem ganhar novo fôlego no calor da disputa eleitoral. Ele tem um passado mal resolvido.

Crueldade oficial


Maceió assiste, silenciosa e impotente, ao aumento do abandono de cães e gatos pelas ruas. Todos os dias, filhotes e adultos são deixados em praças, terrenos baldios, portas de pet shops e até em frente a abrigos superlotados. A capital não possui uma política pública consistente de defesa e proteção animal. O Estado e a Prefeitura seguem omissos, limitando-se a campanhas pontuais, enquanto o problema cresce e se transforma em um grave caso de saúde pública, sofrimento e crueldade.

Violência nas escolas

O que era exceção virou rotina: cresce o número de casos de agressão contra professores em escolas públicas, privadas e até universidades. Docentes estão sendo ameaçados, humilhados, insultados e agredidos fisicamente dentro do ambiente que deveria representar conhecimento, respeito e segurança. A sala de aula, espaço sagrado da formação humana, virou palco de violência.

O favorito

O embate pelo protagonismo político em Alagoas aumentou a temperatura. De um lado, o senador Renan Calheiros, veterano de articulação, com base sólida, capilaridade nas lideranças municipais e influência no Congresso. Do outro, Arthur Lira, até pouco tempo o homem mais poderoso da República, que deixou a presidência da Câmara empunhando força, aliados e verbas. Mas, na prática, o cenário mudou. No jogo de força entre os dois, Renan Calheiros, por enquanto, respira mais alto. Arthur Lira, ao contrário do que viveu nos últimos anos em Brasília, terá que correr atrás. As urnas darão a palavra final, mas o favoritismo já tem dono.

Ode à mediocridade


A Câmara de Vereadores de Maceió é, hoje, um retrato fiel de como se gasta o dinheiro do povo com irresponsabilidade. Com orçamento milionário, estrutura robusta, cargos comissionados em excesso e benefícios de sobra, a Casa deveria ser exemplo de transparência, eficiência e compromisso com a cidade. Mas o que se vê é o oposto: produção legislativa insignificante, quase nenhuma lei relevante para melhorar a vida da população e um desastroso desperdício de recursos públicos. O desempenho parlamentar, salvo raríssimas exceções, é decepcionante. Muitos vereadores se limitam à autopromoção, ocupações de cargos e distribuição de favores.

Alfredo Gaspar


O deputado Alfredo Gaspar transformou sua participação na CPMI do INSS em palco de protagonismo político. Com postura firme, discurso técnico e enfrentamento direto aos escândalos de fraudes e desvio de recursos, Gaspar ganhou projeção nacional e capital político dentro e fora de Alagoas. A atuação chamou atenção pela clareza, contundência e capacidade de articulação, algo raro em um parlamento marcado por discursos vazios e pouca entrega. E o horizonte político vai além. O seu protagonismo abre uma estrada vitoriosa para disputar a Prefeitura de Maceió em 2028.

Quem paga?


O anúncio de 11.000 vagas em concursos para a administração estadual de Alagoas tem um impacto político estrondoso. Em ano pré-eleitoral, é música para os ouvidos de milhares de desempregados e concurseiros, além de ser um ativo de comunicação poderosíssimo para o governo. Na prática, são 11 mil famílias imediatamente interessadas, multiplicando votos, expectativas e engajamento eleitoral. A pergunta inevitável é: como bancar essa folha gigantesca em um Estado que historicamente opera no limite da responsabilidade fiscal?

Alerta geral


A escalada da violência, o domínio territorial de facções, milícias controlando bairros inteiros e o poder paralelo se impondo sobre o Estado não são mais um problema isolado do Rio de Janeiro, mas um alerta nacional. Onde o Estado falha, o crime avança. Onde a política erra, a população paga a conta com medo, mortes e fuga dos investimentos. O Rio é a vitrine de um problema que já caminha para outros estados. Ignorar é fechar os olhos para o futuro. É preciso agir agora, antes que o Brasil inteiro experimente a mesma tragédia social, política e humana.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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