Tem que ter troco
“ONG séria não tem direito a emenda parlamentar, o jogo é bruto e desonesto e parlamentares preferem mandar dinheiro para prefeituras, onde negociam diretamente com prefeitos e recebem o troco em dinheiro e em votos”. Ouvi essa afirmação de um dirigente de instituição que trabalha com atividades sociais e cursos de capacitação. A entidade procurou três deputados federais da bancada alagoana e tudo ficou na promessa. Lamentável que pra tudo tenha que ter um troco.
Emendas Pix
Mensagens enviadas ao STF (Supremo Tribunal Federal) pela Polícia Federal na Operação Overclean, obtidas pelo UOL, mostram como funcionava o caminho do desvio de emendas Pix, verbas que, antes da intervenção do Supremo, podiam ser usadas livremente por estados e prefeituras.
Sem precisar cadastrar projetos específicos, parlamentares tinham poder de enviar dinheiro para qualquer município. Em alguns casos, a verba foi repassada a empresários em licitações suspeitas de fraude, como apura agora a PF.
Traficante não é vítima
Vitimizar o traficante talvez tenha sido a frase mais desastrosa de Lula neste terceiro mandato. Em um país acossado pela violência urbana, pela expansão das facções e pela rotina de medo que sequestra milhões de brasileiros, qualquer sinal de benevolência ou relativização do crime cai como afronta direta à sociedade que paga a conta, com impostos, com lágrimas e, muitas vezes, com a própria vida.
O bom combate
Nas últimas pesquisas para medir o clima eleitoral em Alagoas os sintomas são de que o prefeito JHC pode entrar na disputa, com chances reais de vencer o ministro Renan Filho, até então favorito para o governo do Estado. Os índices vindos do interior contrariam as previsões de que o prefeito teria dificuldade de ganhar fora da capital. Os últimos resultados prévios mostram um empate técnico entre os dois principais adversários.
Tiro no pé
Transformaram o evento num espetáculo político e turístico, vendendo a ideia de que tudo será festa, negócios e visibilidade. O problema é que, se as promessas não virarem realidade, o Brasil, e especialmente Belém, corre o risco de passar vergonha diante do mundo.
Se a cidade não mostrar infraestrutura, mobilidade, segurança, limpeza urbana e rede hoteleira à altura, os elogios viram críticas. E pior: quem paga a conta é o contribuinte. A COP não é carnaval diplomático, é compromisso ambiental.
O político
O político alagoano, em sua maioria, carrega um traço que o define e o denuncia: é humilde enquanto precisa, e soberbo quando vence. No palanque, é homem do povo. No gabinete, torna-se proprietário do Estado. Eles tratam o eleitor como degrau e ninguém agradece a escada quando chega ao topo.
A vaidade é combustível. A bajulação, alimento. O político medíocre sente-se deus porque alguém o chama de “excelência”. E quando não tem prestígio, compra. E sempre há quem venda. Em campanhas eleitorais, é comum que o voto seja moeda, a própria democracia, mercadoria. Não é raro ver fila de gente em porta de gabinete pedindo favor que deveria ser direito. E político distribui como quem doa esmola, quando na verdade devolve migalhas do que tomou.
Surpresas na disputa
Água de morro abaixo, fogo de morro acima e vontade de eleitor não tem quem contenha. Alguns movimentos estranhos estão acontecendo no interior do estado, em relação a eleição para o Senado. Alfredo Gaspar e Davi Davino são novidades promissoras na “caça aos votos”, Arthur Lira pode fazer dobradinha com JHC, ameaçando o “destino selado” do velho senador Renan Calheiros. E ainda existe a possibilidade de um nome novo, surpreendente e pronto para tomar a eleição. Pode não haver sobreviventes.
Primeiro, as damas
Não foi agora que a jovem esposa do prefeito JHC conquistou a simpatia do povo de Maceió, principalmente das comunidades periféricas. Seu trabalho social, sua maneira natural de tratar com carinho essas populações, a transformaram na “queridinha” nas redes sociais e no natural. É provável que seja candidata em 2026. Conquistou seu espaço, com mérito e tem vaga certa no competitivo jogo eleitoral.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA



