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Lourdinha Lyra é acusada de omissão na gestão da Massa Falida da Laginha

Por 19/09/2022 - 07:50
Atualização: 19/09/2022 - 07:52

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Lourdinha Lyra
Lourdinha Lyra

Após oito anos de encrenca e um vaivém judicial sem fim, o processo de falência do Grupo João Lyra tem gerado mais problemas que soluções para credores e herdeiros da bilionária massa falida. Mesmo tendo indenizado a quase totalidade dos trabalhadores e pago dezenas de outros débitos, sua liquidação está longe de ser concluída por interesses obscuros.

O mais novo capítulo desse processo judicial – que já acumula mais de 100 mil páginas – é a desavença de parte dos herdeiros que coloca em dúvida a capacidade de Lourdinha Lyra para administrar os bens do espólio. Alegam que a inventariante está agindo sob influência externa e colocando em risco o patrimônio da família.

Desde que assumiu a gestão da massa falida, Lourdinha se isolou dos irmãos e até hoje não prestou contas aos herdeiros de suas atividades como inventariante; agora é acusada de omissão em ações que comprometem a integridade do patrimônio familiar. O racha foi parar na Justiça com pedido de troca da inventariante que tramita no TJ-Alagoas.

A preocupação dos demais herdeiros aumentou após Lourdinha Lyra não contestar a decisão judicial que determinou o pagamento milionário de R$ 7,5 milhões em honorários ao administrador judicial. Para os irmãos, a inventariante demonstrou total omissão na defesa do patrimônio da família e querem a sua cabeça.

O pagamento foi suspenso por decisão da desembargadora Elizabeth Carvalho, a pedido da Receita Federal e do Comitê de Credores que alegam falta de legitimidade do administrador judicial, Igor Telino, para receber esses honorários. "Em nenhum momento do processo a inventariante se manifestou”, reclama um dos herdeiros descontente com o descaso de Lourdinha Lyra.

Mas o imbróglio não se limita a herdeiros e credores de João Lyra. Existem outros interesses em jogo envolvendo magistrados, fazendeiros, políticos e um batalhão de advogados que se dizem credores, mas nunca provaram a prestação dos serviços nem evitaram as invasões de terras pertencentes à massa falida. É uma saga judicial que deve durar até acabar a fortuna do que foi o império industrial do homem mais rico de Alagoas.


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