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Maceió não vai afundar

Por 11/12/2023 - 15:14

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Assessoria
Braskem
Braskem

O desastre ambiental provocado pela Braskem em Alagoas começou em 2018 com abalos sísmicos e rachaduras no solo e residências de cinco bairros da capital, que viraram uma região fantasma. Mas só agora a tragédia despertou a atenção da imprensa nacional com reportagens alarmistas como se Maceió fosse afundar nas águas da Lagoa Mundaú ou engolida pelas crateras criadas com a exploração do sal-gema.

Os estragos ambientais, sociais e econômicos do acidente já são conhecidos das autoridades e os responsáveis também, mas ninguém assume que errou, nem mesmo a Braskem, que atribui a tragédia a uma falha geológica que corta a região das jazidas. Desde a semana passada Maceió não sai das manchetes nacionais, deixando muita gente em estado de pavor. 

O centro das atenções é a possibilidade real de desabamento de uma das 35 minas desativadas. É a de número 18, instalada nas bordas da Lagoa Mundaú. Seu afundamento é lento, mas é quase certo que vai desabar e engolir parte do bairro do Mutange, que margeia a laguna. No entanto não se vislumbra risco para as pessoas já que a área foi evacuada.

Além de aterrorizar muita gente e afugentar os turistas, o exagero do noticiário sobre a mina 18 agravou o sentimento de insegurança em outros bairros próximos e consolidou a desvalorização dos imóveis, mesmo fora da área de risco. Esses prejuízos também precisam ser reparados e as vítimas ressarcidas. 

Em ano pré-eleitoral, esse desastre provocado pela Braskem é um prato cheio para políticos inescrupulosos se apresentarem como salvadores da pátria, mesmo aqueles que se locupletaram dos cofres da mineradora durante décadas. Uma rápida pesquisa na internet é suficiente para saber quais políticos se lambuzaram na grana da Braskem e hoje jogam pedras na empresa.  Os números levantados por uma equipe técnica do governo de Alagoas indicam que o prejuízo até agora contabilizado é de R$ 35 bilhões. Se verdadeiro, esse passivo supera em muito o valor das ações da própria Braskem na Bolsa de Valores. 

Cinco anos depois da tragédia ambiental da Braskem em Maceió a onda alarmista promovida agora pela chamada grande imprensa do país levanta suspeita de interesses maiores por trás dessa campanha. Certamente as vítimas desse desastre são o que menos importa.


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