Sururu

Vitória de Pirro

17/11/2025 - 06:24
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Assessoria
O deputado estadual Antonio Albuquerque
O deputado estadual Antonio Albuquerque

Na guerra jurídica a fim de ganhar um mandato no tapetão para o filho Nivaldo voltar à Câmara Federal, o deputado Antônio Albuquerque venceu mais uma batalha ao anular os 24.754 votos do candidato derrotado João Catunda, que decidiram a vitória de Paulão nas eleições de 2022. 

A anulação dos votos de Catunda, por abuso do poder econômico, mexe no quociente eleitoral e Paulão, que obteve 65.814 votos, perde o mandato para Nivaldo Albuquerque, que conseguiu 67.697 votos. Como da decisão do TRE-AL cabe recurso, Albuquerque lutará sua última batalha no TSE, onde o tempo e o vento dirão quem tem razão. 

Mesmo que vença a batalha final em Brasília, Albuquerque dificilmente emplacará o filho na Câmara dos Deputados a tempo de usufruir das emendas secretas e demais mordomias do cargo. Isto porque as últimas estatísticas revelam que o TSE leva quase dois anos para julgar um desses processos e, hoje, existem mais de 700 demandas relativas às eleições de 2022 represadas na Corte e nos tribunais regionais. 

Em tese, isso faz com que ações por abuso de poder econômico ou político e outras irregularidades envolvendo governadores, deputados e senadores eleitos em 2022 sejam julgadas às vésperas da próxima eleição. Há exceções, mas isto depende muito do calibre político das partes envolvidas e do tamanho de cada um deles no cenário político nacional.

Ao fim e ao cabo, o deputado Antônio Albuquerque concluirá que a luta para presentear o filho — derrotado nas urnas — com um mandato federal não valeu a pena. Afinal, ao desgaste político soma-se a dinheirama gasta com uma das bancas de advocacia mais caras de Brasília e verá que conseguiu apenas uma vitória de Pirro. 

Ao analisar os resultados da vitória em dura batalha contra Roma, o rei Pirro, da Macedônia, teria dito: “Outra vitória como esta e estaremos acabados”, tamanhas as perdas humanas. No caso do Pirro de Limoeiro, o único ferido é o ego do deputado, além dos custos com o escritório de advocacia de madame Gilmar Mendes.


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