Conteúdo do impresso Edição 1273

ELEIÇÕES

Pesquisa e convenções mexem com estratégia dos partidos

Brito deve realizar convenção no limite do prazo; JHC convive com ‘fantasma’ Arthur Lira
Por ODILON RIOS 06/07/2024 - 05:00

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Reprodução/instagram
Davi Davino Filho, preterido por JHC, teve um bom desempenho na pesquisa
Davi Davino Filho, preterido por JHC, teve um bom desempenho na pesquisa

A divulgação dos números do Paraná Pesquisas e a aproximação da data das convenções mexem na estratégia dos partidos. Há expectativa de surpresas. Conforme a legislação, as convenções têm de ser realizadas entre 20 de julho e 5 de agosto e as atas registradas até 15 de agosto.

Após reunião com o governador Paulo Dantas (MDB), o PT sinalizou que a candidatura própria à Prefeitura de Maceió não é o objetivo mais importante da legenda, mas a eleição dos vereadores. Três meses antes da votação, o partido comandado pelo deputado federal Paulão disse que apoiará o deputado federal Rafael Brito (MDB), candidato do grupo do senador Renan Calheiros (MDB), no segundo turno. Ou seja: o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinaliza que, no 1º turno, terá a função de laranja, ou seja, direcionando os ataques exclusivamente ao prefeito JHC (PL), que disputa a reeleição. O vice do PT foi indicado pelo PSOL, que deve seguir o mesmo caminho: apoiar Brito.

O MDB não divulga nem datas exatas nem expectativas sobre a convenção. Nomes para vice são um mistério. A estratégia de Calheiros é deixar as convenções para agosto, para atrair novas adesões e aumentar o tempo de TV, em especial na escolha de um vice mais próximo aos Calheiros e que atraia votos. O PSB ainda não se posicionou publicamente sobre o apoio a Rafael Brito, mas são praticamente nulas as chances de o partido apresentar um nome próprio à Prefeitura de Maceió ou anunciar rompimento com Calheiros.

Após sinalização do PT, o PC do B fechou questão e marcha com o deputado federal. Um dos mistérios entre os governistas é a posição do Solidariedade. Lobão é pré-candidato a prefeito, mas existe um acordo para que o grupo de Calheiros apoie um único nome, o de Rafael Brito, na disputa pela Prefeitura. Propositadamente, o Solidariedade não oferece estrutura de campanha a Lobão. Especula-se que ele deve ser lançado como candidato a vereador.

O PSD, do ex-prefeito de Maceió Rui Palmeira, não deve apresentar nome para a Prefeitura. Rui é candidato a vereador. Expectativas palacianas indicam que são poucas as chances de ele ser eleito. O PDT prioriza a eleição de João Folha para a Câmara. Na convenção, abrirá mão de indicar um candidato a prefeito e marcha com Rafael Brito.

No grupo do prefeito JHC há clima de suspense. O Paraná Pesquisas mostrou que o ex-deputado estadual Davi Davino Filho (PP) é o nome mais competitivo na corrida pela Prefeitura após JHC. Davi é do grupo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), preterido na indicação do vice de Jota, que escolheu o senador Rodrigo Cunha (Podemos). Davi Davino Filho não ocupa cargos na Prefeitura e tecnicamente está liberado para a disputa. Mas a palavra final é política. Ou melhor, do político Arthur Lira.

Antes da data da convenção, o PP deve gerar expectativas entre os aliados mais próximos ao prefeito. Hoje o acordo é que o partido permaneça no controle de 60% do orçamento da capital, sem indicar o vice e Arthur Lira subindo no palanque e discursando em apoio a JHC. O União Brasil, liderado por Lira mas cuja maior estrela em Alagoas é o deputado federal Alfredo Gaspar de Mendonça, não dá sinais de rebelião. O acordo é que, na convenção, a legenda não lance candidato a prefeito e declare apoio à reeleição do prefeito.

A proposta não empolga tanto assim. Porque as relações entre Alfredo Gaspar de Mendonça e JHC têm momentos de turbulência. Ambos eram rivais nas eleições de 2020 quando Gaspar era do grupo de Calheiros. Em 2022, os dois se uniram e um ano depois anunciaram uma aliança com indicação de nomes para o secretariado. Gaspar chegou a entregar cargos na Secretaria Municipal de Saúde porque JHC não cumpria o acordo inicial e foi testado internamente como nome a ser lançado pelo União Brasil à Prefeitura de Maceió. Ameaçado, JHC reativou o acordo e ambos voltaram às falas. Mas isso deve durar até a convenção? Ninguém põe a mão no fogo por ninguém.


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