Conteúdo do impresso Edição 1304

CASO MALAQUIAS

Alagoas quer saber quem mandou executar empresário que denunciava corrupção de políticos e magistrados

Ele foi morto em 15 de julho de 2020 enquanto comemorava o aniversário; quatro réus foram condenados
Por MARIA SALÉSIA 22/02/2025 - 06:00
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Reprodução/facebook
Kleber Malaquias, executado no dia em que completou 41 anos
Kleber Malaquias, executado no dia em que completou 41 anos

Nos dias 17 e 18 de fevereiro, o Fórum Desembargador Maia Fernandes, no Barro Duro, Maceió, foi palco do julgamento de um dos mais emblemáticos casos de assassinato em Alagoas. Os réus Fredson José dos Santos, Marcelo José Souza da Silva, Edinaldo Estevão de Lima e José Mário de Lima Silva, acusados na morte do empresário Kleber Malaquias de Oliveira, foram condenados pelo Tribunal do Júri, com penas variadas, de acordo com a participação na trama e que, juntas, contabilizaram mais de 60 anos de prisão. Agora, a sociedade quer saber quem mandou matar Malaquias.

A promotora Lídia Malta Prata Lima disse que era preciso primeiro condenar esse escalão e depois elevar o nível. Quanto à resposta, garantiu que “continuaremos na busca pelo mandante deste delito, que merece e precisa ser devidamente esclarecido. As investigações prosseguem e certamente avançaremos, e essa foi uma grande conquista para o próximo passo”. E foi enfática: “Crime de pistolagem não tem mais espaço em Alagoas”.

Durante os dois dias, o EXTRA manteve uma equipe permanente no local do julgamento. O clima tenso e retraído não permitia abertura para as pessoas se manifestarem. De fato, ali, era “um tribunal de lágrimas”, como foi mencionado. As famílias dos réus permaneceram no salão do júri, confiantes na inocência dos parentes. Alguns, sem recursos para se alimentar, não arredaram o pé até ouvir o veredito, que chegou ao fim depois da meia-noite da terça, 18. Outros engoliram seco a cada acusação ou defesa.

O caso não atraiu tanta gente como esperado, principalmente no segundo dia. Apenas familiares e amigos de alguns réus ou o rodízio de estudantes do curso de Direito que estavam ali para aprender. Também era visível a união do grupo de advogados de defesa, que às vezes defendiam réus que nem eram seus clientes. O clima entre eles era amistoso. Com a promotoria, não. Houve advogado que defendeu o fim do inquérito policial. Outro, que o MP foi induzido ao erro. A promotoria, por sua vez, afirmou que tentaram jogar o Estado contra o Estado e permitir que grupos de extermínio voltem para Alagoas, mas “não vamos tolerar falcatruas no estado de Alagoas”.



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