Paciente internado na Santa Casa de Maceió participa de processo seletivo para doutorado

Gerson Marcel Guimarães, 59 anos, foi diagnosticado com carcioma na faringe há mais ou menos um ano e meio. Desde setembro de 2024, ele faz tratamento oncológico na Santa Casa de Maceió e precisou ser hospitalizado justamente no período em que participaria de uma das etapas do processo seletivo para doutorado no curso de História da Ufal.

Com a articulação do Serviço Social e do Serviço de Humanização, no último dia 23 de abril, o paciente conseguiu participar da entrevista online em uma sala reservada dentro do Centro de Estudos do hospital. “Houve uma grande mobilização para que esse momento pudesse acontecer. A ação envolveu um planejamento com a equipe médica, a equipe multiprofissional, e a de tecnologia da informação, além do envolvimento familiar”, destacou o assistente social da instituição, Felipe Castro.

Gerson é um dos inscritos no processo seletivo para a primeira turma em doutorado do Programa de Pós-Graduação em História da Ufal. “Para mim era um sonho, visto que eu sou da área, sou professor de História do Instituto Federal de Alagoas, e não tinha uma possibilidade de fazer o doutorado aqui, a não ser fora. Eu sou mestre em Educação, mas queria continuar minha trajetória acadêmica em História. Me submeti a esse primeiro processo seletivo, em situação muito adversa, visto que eu estou internado; mas, com todo o suporte, com toda a logística que eu tive aqui na Santa Casa, tive condições de fazer talvez em melhores condições se eu estivesse em outro ambiente. O apoio aqui foi fundamental”, afirmou.

Para a professora Telma Guimarães, esposa de Gerson, a Santa Casa de Maceió tem um serviço humanizado que dá oportunidade ao paciente oncológico de conseguir construir seus sonhos na dificuldade. “Agradecemos profundamente ao hospital e ao Serviço Social que nos apoiou. Estar doente não quer dizer que você esteja fora da sua existência, fora dos seus sonhos. E isso a gente percebe como motivou o Gerson a buscar a sua saúde, a reconstruir sonhos e a ressignificar sua vida”, disse.

Segundo Gabriela Ferreira, supervisora de enfermagem da Unidade São Vicente de Paulo, o processo de hospitalização do paciente oncológico traz consigo algumas dificuldades. “Na Santa Casa, objetivamos sempre que o nosso paciente tenha muita autonomia dentro de todo o seu processo e dentro de toda a sua jornada no tratamento oncológico. Muitos desafios são trazidos para a gente enquanto equipe multidisciplinar. Prezamos para que esses desejos sejam alcançados, atingidos”, pontuou.