ESTADOS UNIDOS
EUA: não achamos desejável acordo global para taxação de super ricos
Taxação no âmbito internacional vem sendo defendida pela presidência brasileira do G20A secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, afirmou nesta quinta-feira, 25, que os EUA apoiam a tributação progressiva nos limites de cada país, mas afirmou que os Estados Unidos não consideram "necessário ou desejável" negociar um acordo global com relação à chamada taxação de super ricos.
A taxação dos super ricos em âmbito internacional vem sendo defendida pela presidência brasileira do G20 na trilha financeira, mas a abordagem do tema em documento, mesmo que separado do comunicado de ministros da economia, tem sofrido resistências. Agora, em que pese o incentivo público de Yellen, os EUA deixam ainda mais claro o entendimento de que o tema deve permanecer restrito a cada país.
"Acreditamos que a proposta do Brasil de taxar super ricos é relevante", disse. Os EUA apoiam firmemente a tributação progressiva e que a alta renda pague a cota devida", disse, para, em seguida, pontuar que "não é necessário ou desejável negociar acordo global em relação a isso"
Os comentários foram feitos durante coletiva à imprensa após participar da primeira reunião de ministros de Finanças e presidentes de Bancos Centrais do grupo das 20 maiores economias do globo (G20), que ocorre hoje e amanhã no Rio de Janeiro.
Ainda sobre tributação, a secretária comentou que os EUA continuam trabalhando na implementação dos pilares 1 e 2 recomendados pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para evitar a elisão e guerra fiscais.
"Os resultados disso podem ser vistos globalmente. No caso do pilar 2, ao longo das décadas, o que vimos foi uma corrida. Países que competem entre si junto a multinacionais para ver quem oferece o imposto menor". Segundo Yellen, isso é "contraproducente" e "só enriquece as corporações às custas dos trabalhadores americanos".
Ela disse, ainda, que a continuidade da implantação dessas recomendações da OCDE deve continuar nos EUA, independentemente de quem vencer a próxima disputa eleitoral para a Casa Branca.
"Estamos em contato próximo com os congressistas de ambos os partidos. Para eles, independentemente de quem venha a ser o novo governo, é importante esse trabalho", declarou.