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Entenda o que fez o delator do PCC em Maceió antes de ser assassinado em SP

Gritzbach, de 38 anos, foi alvejado à luz do dia por dois homens no Aeroporto de Guarulhos
Por Redação 11/11/2024 - 11:03

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© Foto / Divulgação / Polícia Civil
Antonio Vinicius Lopes Gritzbach
Antonio Vinicius Lopes Gritzbach

Na última sexta-feira, 8, o empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach foi executado a tiros no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Envolvido em uma série de denúncias contra o Primeiro Comando da Capital (PCC), Gritzbach estava retornando de uma viagem a Alagoas, onde foi cobrar uma dívida. 

Segundo apuração do jornalista Josmar Jozino, do UOL, ele carregava R$ 1 milhão em joias — incluindo pedras preciosas, correntes, anéis, brincos, pulseiras e um relógio Rolex — que foram apreendidas pela Polícia Civil.

Conforme relatos de fontes ligadas ao empresário, ele esteve em Maceió com a namorada, Maria Lúcia Helena Antunes, e recebeu o pagamento da dívida em joias. Gritzbach, de 38 anos, foi alvejado à luz do dia por dois homens que desceram de um carro preto, na área de desembarque do Terminal 2 do aeroporto. 

O empresário foi atingido por 10 tiros, dos 29 disparos efetuados, que o atingiram em várias partes do corpo, como rosto, tórax, costas e braços. Até o fechamento desta reportagem, os autores permaneciam foragidos. Duas armas, um fuzil e uma pistola, foram encontradas abandonadas a cerca de 7 km do aeroporto, mas a perícia ainda não confirmou se foram utilizadas no crime.

Conhecido por seu envolvimento com o PCC, Gritzbach firmou, em março, um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), onde detalhou esquemas de lavagem de dinheiro e envolvimento de autoridades policiais. Entre as revelações, o empresário acusou um delegado do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de exigir propina para não implicá-lo no assassinato de Anselmo Santa, conhecido como Cara Preta, integrante do PCC. 

As informações fornecidas por Gritzbach também contribuíram para a prisão de dois policiais civis que atuavam no Departamento de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc).

O MP-SP ofereceu repetidamente proteção ao empresário, mas ele recusou a escolta oficial e contratou quatro policiais militares para sua segurança. Nenhum dos seguranças estava presente no momento do ataque. 

Segundo depoimentos, um dos veículos teria apresentado falha na ignição, enquanto o outro teria deixado um dos ocupantes em um posto de combustível. Investigadores desconfiam dessa versão, e uma linha de apuração do DHPP sugere que a falha dos seguranças pode ter sido proposital.

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