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Entenda o universo dos investimentos em moedas digitais

Por Isaac Moraes - Agência Alagoas 26/02/2018 - 08:21

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Foto: Ascom/Itec
Foto: Ascom/Itec

Desde o segundo semestre de 2017, um termo vem sendo bastante ouvido nos noticiários gerais, seja na área de economia ou tecnologia: ‘bitcoin’. Porém, poucos sabem realmente do que se trata e da existência de pessoas ganhando e perdendo dinheiro nesse novo tipo de investimento, arriscado e, ao mesmo tempo, alternativo aos meios comuns.

O Instituto de Tecnologia em Informática e Informação (Itec) traz explicação sobre esse fenômeno, não tão novo no meio de tecnologia da informação, mas ainda desconhecido para a maioria das pessoas.

O bitcoin não é a única moeda virtual existente, mas foi o pioneiro. O primeiro foi criado em 3 de janeiro de 2009 e divulgado, significativamente, semanas após a falência do banco Lehman Brothers, que quase causou um colapso em todo o sistema econômico dos EUA e abalou Wall Street. Assustadas, as pessoas começaram a buscar alternativas que não estivessem tão centralizadas numa única instituição.

“A criptomoeda surgiu para atender a um nicho de pessoas que visam não ter, nas transações, as despesas geradas pelos atravessadores, que são os bancos. Quando Satoshi Nakamoto, que é um pseudônimo de alguém até hoje desconhecido, criou o bitcoin, ele fez através da blockchain, que é uma espécie de cadeia fechada e criptografada, onde ficam as carteiras virtuais dos investidores e as transações realizadas. Os nomes são criptografados através de hashcodes, o que torna quase impossível hackear, aumentando a segurança”, explicou Juliano Araújo, cientista da computação e servidor do Itec.

“Quanto ao investimento em criptomoedas, a vantagem ocorreu no começo, e quem pegou essa fase pode vender hoje e ter um lucro exorbitante. Só que, quando você pega o negócio no pico, tende a cair, como todo investimento, seja em papel-moeda e principalmente, em moeda digital. Isso se dá, inclusive, porque os governos estão fechando o cerco para as criptomoedas, tornando os investimentos mais arriscados. Exemplo disso é o investimento em bitcoin, que não tem uma liquidez tão fácil, pois, quando você junta algumas moedas na sua carteira, demora tempo para fazer o saque, o que inviabiliza compras pequenas, ao contrário das compras no cartão de crédito, nas quais o pagamento é feito imediatamente à compra. O bitcoin não funciona assim, e as outras criptomoedas nasceram para poder suprir essa dificuldade, para ter essa liquidez mais rápida nas transações entre vendedor e comprador” completou o cientista da computação.

Investidor ou torcedor?

As incertezas ainda existentes acerca do investimento em moedas digitais não assustaram nem um pouco alguns alagoanos que desejaram conhecer o universo das transações via blockchain. É o caso do diretor de Tecnologia de uma empresa alagoana, Fábio Franco, que se considera um investidor de perfil conservador.

“Eu já conhecia o bitcoin há muito tempo e quando ele chegou a valer US$ 250 milhões, em meados de 2017, eu e meus amigos começamos a nos interessar. Existem dois tipos básicos de investidor: o conservador e o arrojado. Eu me considero conservador, mas já tirei lucro de 20% na semana, e nenhum outro investimento proporciona isso. Para ser um investidor, você precisa ter coragem e estudar muito, se informar, fazer análise técnica dos gráficos e análise de mercado, caso contrário, você não será investidor e sim torcedor, torcendo para que suba ou caia, dependendo da operação que você fizer”, disse o empresário.

Já o analista de sistemas Billy Sandey, apostou em outras criptomoedas para além do bitcoin.  “Eu invisto numa moeda chamada ‘vichain’, na qual eu já estou lucrando, e na ‘ripple’, onde eu estou perdendo dinheiro. É aquela coisa, com umas estou ganhando e em outras estou perdendo, mas, temporariamente. Para investir em moedas digitais, a pessoa tem que ter sangue frio, porque você investe e depois pode ver seu dinheiro derreter, e se desesperar. Além disso, deve apostar um dinheiro que você possa perder, específico para aquilo” explicou Billy Sandey.

Para o também analista de sistemas Felipe Lima, o ideal seria que as criptomoedas pudessem ser popularizadas e mais aceitas na sociedade. “A gente fica comprando e vendendo a criptomoeda para obter lucro, mas o ideal mesmo é que ela possa chegar a ser usada não só para especulação, aposta, mas, também, para que as pessoas comecem a utilizar em serviços. Sabemos que têm alguns lugares que aceitam, mas esperamos que mais estabelecimentos recebam, mais serviços possam ser utilizados com o bitcoin e, assim, a criptomoed possa ser realmente uma moeda, não só um meio de apostar ou de comprar e vender”, expôs Felipe Lima.

Uma das razões para o receio de um iniciante investir em bitcoin ou outra criptomoeda qualquer é a volatilidade, com altas e baixas rápidas. A vantagem é que, no ganho e transferência para a conta do investidor, há ausência das taxas e valores naturais existentes nas transações convencionais.

“Tornasse quase impossível algum rastreamento, pois a blockchain é distribuída em tantos computadores ao redor do mundo, e é tão mutante. Sem falar na proteção da identidade dos investidores, através do hashcode, o que torna-se um atrativo para criminosos. Inclusive, o bitcoin passou bastante tempo sendo utilizado na darknet, uma camada oculta da Internet”, concluiu Juliano Araújo, do Itec.

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