MANTIDOS EM SEGREDO
Câmara vai entrar com ação para que Braskem apresente resultado de estudos independentes
Ações serão ingressadas junto ao Ministério Público e ao Judiciário Estadual
O presidente da Comissão Especial de Investigação (CEI), vereador Francisco Sales (PSB afirmou nesta quinta-feira, 29, que ingressará com ações junto ao Ministério Público Estadual (MPE) e ao Judiciário Estadual para exigir que a Braskem apresente os dados da conclusão dos estudos que servem para atualizar o mapa da área de risco.
Autoridades públicas que fazem parte da força tarefa que acompanha o caso dos afundamentos dos bairros do Pinheiro, Mutange, Bebedouro e Bom Parto se recusam a divulgar à imprensa o resultado final do estudo de impactos superficiais realizado de forma independente pela Braskem no solo da região à imprensa, deixando os moradores às cegas sobre o futuro. Esse é o primeiro de 3 outros estudos que estão sendo realizados.
A confirmação do fim de parte dos estudos independentes feitos pela Braskem, acusada de ser a causadora do desastre ambiental devido a extração de sal-gema na região, aconteceu cinco dias após moradores de casas situadas na rua Tenente Antônio de Oliveira, no bairro do Farol, parte alta de Maceió, registrarem rachaduras em residências. As rachaduras são semelhantes às que surgiram no surgiram no Pinheiro, logo no começo do fenômeno e hoje é a principal área afetada pelo crime ambiental.
Os resultados finais dos estudos, que estão sendo mantidos em segredo foram revelados em uma reunião sem a presença da imprensa, para autoridades do Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do Estado de Alagoas (MP/AL), Defensoria Pública da União (DPU) e a Defensoria Pública do Estado (DPE).relacionadas_esquerda
Os dados também foram enviados à Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), vinculada ao Serviço Geológico do Brasil e à Defesa Civil Municipal, que também se recusaram a compartilhar informações com a imprensa.
"Essas pessoas ficaram nesses locais, tiveram seus imóveis desavalorizados e ainda convivem todos os dias sem saber se vão ter que deixar suas casas. A Braskem precisa dizer para sociedade quais bairros ou áreas serão ou podem ser atingidas pelo afundamento", afirmou o vereador.
Francisco Sales coloca que a cada atualização do mapa das áreas afetadas e a inclusão de outras famílias, o pânico acaba se instalando ainda mais nos moradores que permanecem nesses locais, assim como a propagação de notícias falsas, principalmente sobre uma possível interdição da Avenida Fernandes Lima.
"As pessoas desses bairros precisam ter a certeza de que esses problemas não irão chegar em suas ruas. Os moradores precisam ter paz. Já basta o sofrimento das famílias que foram obrigadas a sair de suas casas. Se a Braskem acha que pode chegar a 100% dos quatros bairro e outros locais que se diga logo", disse o vereador.
Durante a audiência interna com os diretores da Braskem, o presidente da CEI salientou a preocupação com a mobilidade urbana da cidade com as interdições de vias e essa questão da Fernandes Lima tem deixado os comerciantes também preocupados.
"Estamos em período eleitoral, onde naturalmente tem um aumento das fake news e temos essa situação complicada, principalmente para os moradores, e todos nós ficamos sem saber o que é verdade ou mentira. Por isso, é urgente que a empresa tome uma posição definitiva sobre essa área que pode ser atingida", completou Francisco Sales.
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