RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Americanas tem município alagoano na lista de credores; veja qual
Empresa tem dívida estimada de R$ 40 bilhões com bancos, empresas, municípios e estados
O município de União dos Palmares, no interior de Alagoas, está entre os mais de oito mil credores presentes na lista entregue pela Americanas à Justiça na última quarta-feira, 25. A dívida com o município alagoano é de R$ 800, de um total de mais de R$ 41 bilhões com outros credores.
A dívida da empresa com o município está classificada como extraconcursal, ou seja, caso a empresa recuperanda, deixe de efetuar os pagamentos de créditos extraconcursais, ou seja, aqueles que não fazem parte do Plano de Recuperação Judicial, o credor terá preferência, caso a recuperação se torne inviável e seja convertida em falência.
Embora não revele detalhes da divida, a lista de credores apresentada no relatório revela ainda que a empresa tem débitos com mais de 200 prefeituras em todo o País. Além do município alagoano, entre as cidades incluídas estão as capitais Fortaleza (R$ 445) e Recife (R$ 1.863).
Além disso, os estados da Bahia (R$ 1.028) e Minas Gerais (R$ 427.891) também são afetados pelos débitos da empresa. No total, a dívida com estados, municípios e órgãos públicos soma R$ 4,7 milhões.
A dívida com os estados, municípios e órgãos públicos, no entanto, se torna irrisória perto do valor devido aos bancos. Com as instituições, a Americanas tem dívidas que superam R$ 28 bilhões. O maior destaque é do Deustche Bank, com R$ 5,226 bilhões, o maior credor da varejista. Bradesco, Santander Brasil e BTG Pactual estão no top 3 bancos brasileiros que mais têm a receber da varejista.
Entenda o caso
A empresa entrou em recuperação judicial no último dia 19 após ter seu pedido aceito pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O Grupo Americanas enfrenta uma crise financeira após a descoberta de um rombo no balanço fiscal, resultando no pedido de demissão do presidente Sergio Rial e do diretor de relações com investidores André Covre.
Ambos haviam sido nomeados há apenas uma semana, mas decidiram deixar os cargos após estimarem o rombo em R$ 20 bilhões. A notícia causou uma queda imediata de mais de 70% nas ações da Americanas e a desvalorização dos ativos em quase 40% após o anúncio do pedido de recuperação judicial.
De acordo com a petição apresentada ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, o rombo pode elevar as dívidas do grupo para cerca de R$ 40 bilhões.
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