USADO PELA SERIS
AL contratou empresa que ofereceu para Abin programa de espionagem, diz site
Levantamento foi realizado pela GloboNews; serviços são legais se tiverem autorização judicial
Nos últimos cinco anos, nove estados, incluindo Alagoas, celebraram acordos com a empresa que forneceu a tecnologia israelense utilizada pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) para monitorar jornalistas, políticos e até ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo informações publicadas nesta terça-feira, 24, pelo Estadão, foram contratados mais de R$ 60 milhões em serviços, a maioria deles sem licitação, abrangendo todas as regiões do Brasil.relacionadas_esquerda
Em Alagoas, um contrato no valor de R$ 2,4 milhões foi celebrado com a Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris) em 2020 para aquisição de recursos essenciais para o equipamento Maleta Tática GI2. O governo estadual alegou que o contrato foi descontinuado em 2021.
Os contratos com os demais estados também envolviam a aquisição de equipamentos para identificação, rastreamento, monitoramento e interceptação telemática e telefônica, bem como o bloqueio de sinais de celulares.
Entre os sistemas fornecidos pela empresa está o programa FirstMile, no qual para localizar um alvo, bastava inserir o número de telefone do indivíduo no programa e acompanhar sua última posição em um mapa.
O sistema de monitoramento foi indevidamente utilizado por funcionários da Abin para rastrear indivíduos com base na localização de seus dispositivos móveis que usam redes 2G, 3G e 4G
A empresa também possuía contrato com Amazonas, Mato Grosso, São Paulo, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Goiás. O Exército e a Marinha também contrataram a empresa, com contratos realizados em 2018 e 2019, muitos deles sem licitação.
O Exército pagou US$ 10,7 milhões à Verint Systems LTD para ampliar a plataforma de inteligência da Verint entre outubro de 2018 e março de 2022, relacionada à base do Comando de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército. O Comando da Marinha pagou US$ 200 mil para a contratação de serviços relacionados à aquisição tecnológica do sistema Verint.
Ambos os contratos são considerados sigilosos devido à natureza sensível das informações e às atividades de inteligência, mas as instituições afirmaram que atuam em conformidade com a Constituição Federal e as leis nacionais.
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