MEIO AMBIENTE

Encalhe de baleias pode se tornar comum nos próximos meses em AL; entenda

Até o momento, Alagoas registrou apenas uma ocorrência de encalhamento
Por Ana Luíza Ambrózio/Estagiaria sob supervisão 28/07/2024 - 08:00
Atualização: 28/07/2024 - 08:02

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Encalhe de baleias pode se tornar comum nos próximos meses em AL
Encalhe de baleias pode se tornar comum nos próximos meses em AL

Todo ano, em todo o Brasil, são relatados diversos casos de baleias, golfinhos e outros animais marinhos aparecendo nas praias. Esse fenômeno é conhecido como “encalhe” e ocorre tanto com animais vivos e saudáveis quanto com aqueles feridos ou mortos. Na última quarta-feira, 24, foi registrado o primeiro encalhe de baleias em Alagoas. Um filhote de baleia jubarte foi encontrado encalhado e morto nas imediações do Porto de Maceió, no bairro do Jaraguá.

De acordo com informações do Instituto Biota de Conservação, órgão especializado na preservação da fauna marinha, tratava-se de um filhote macho, medindo 4,45 metros, que aparentava ser recém-nascido. Nos próximos meses, porém, casos assim se tornarão comuns, visto que as baleias começaram a sair de seu local de origem para procurar as águas mais quentes do Brasil para se reproduzirem. Com isso, está oficialmente aberta a temporada desses mamíferos em território brasileiro.

Esse período vai de junho a novembro, fazendo com que esses animais percorram um longo caminho para chegar até o Brasil. Muitos deles, inclusive, são brasileiros, pois se alimentam na Antártica e têm seus filhotes em território nacional. A viagem da Antártica para o Brasil leva cerca de dois meses para ser concluída, percorrendo os 4.500 km que separam as águas antárticas das águas tropicais.

Como já mencionado, esse foi o primeiro e único caso de baleias encalhadas em Alagoas até o momento. Segundo o Instituto Biota de Conservação, o filhote recém-nascido provavelmente se desgarrou da mãe e não conseguiu sobreviver. Nos primeiros meses de vida, é essencial que esses animais tenham acesso ao leite materno, pois precisam criar gordura suficiente para se manterem vivos.

O que acontece com os corpos?

Conforme o Biota, em Alagoas, os corpos desses animais não recebem tratamento específico após serem encontrados. Primeiro, é realizada uma necropsia para coletar materiais biológicos que serão utilizados em diversas pesquisas científicas. Esse procedimento ajuda a entender a causa da morte, as condições de saúde do animal e as possíveis influências ambientais que possam ter contribuído para o encalhe.

Após a necropsia, a carcaça do animal é descartada de maneira segura e adequada, seguindo as normas ambientais. Porém, partes do corpo do animal podem ser doadas para museus e exposições.

Em praias não urbanizadas com uma extensa faixa de areia, o destino dos animais marinhos encalhados pode ser diferente. Nesses casos, o animal é enterrado na própria praia, permitindo que seja feito o resgate da ossada anos depois.

Se o enterro na praia não for uma opção, os animais também podem ser levados para aterros sanitários. Nos aterros, eles são acondicionados em células de animais mortos, garantindo que a decomposição ocorra de maneira controlada e segura.

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