Caos político

Vereadores boicotam sessão da Câmara de Rio Largo após tentativa de golpe

Ausência impediu os trabalhos e irritou o presidente da Casa:"infelizmente, a democracia prevalece!"
Por Tamara Albuquerque 10/04/2025 - 12:51
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Reprodução/Youtube
Vereadores de Rio Largo boicotaram nesta quinta-feira, 10, a sessão deliberativa na Câmara Municipal
Vereadores de Rio Largo boicotaram nesta quinta-feira, 10, a sessão deliberativa na Câmara Municipal

Vereadores de Rio Largo boicotaram nesta quinta-feira, 10, a sessão deliberativa na Câmara Municipal, impedindo a abertura dos trabalhos por falta de quórum. A iniciativa, que ainda não é possível afirmar se foi orquestrada ou espontânea, ocorre após a fracassada manobra na Casa para impor a renúncia do prefeito Carlos Gonçalves (PP) e do vice Peterson Henrique, no dia 31 de março, data em que o país lembrava o golpe de Estado de 1964.

Sem quórum regimental para abrir a sessão, o presidente da Câmara, vereador Rogério Silva (PP), foi obrigado a encerrar o trabalho antes de começar. A Câmara Municipal de Rio largo é composta por 13 vereadores eleitos pelo povo em 2024.

Diante de um plenário praticamente vazio nesta quinta-feira, o vereador, que foi acusado de liderar o golpe contra o prefeito, exclamou que “na próxima sessão [do dia 24] irei faltar para ver se meus pares conseguem vir”. Na quinta-feira passada, Rogério Silva cancelou a sessão na Câmara alegando insegurança para o exercício da democracia.

Somente dois vereadores, além de Rogério Silva, compareceram ao plenário nesta quinta-feira: o vereador Bala Soares(PP) e Rafael Feitosa(PP), que é o vice-presidente da Câmara. Visivelmente alterado, Rogério Silva afirmou que “infelizmente, a democracia prevalece!”, uma frase obscura e que não foi compreendida pelos demais presentes.

Ao que tudo indica, a sessão marcada como o dia da tentativa de golpe, presidida por Rogério Silva, acabou tirando do presidente da Câmara o apoio dos pares.

No dia 31, o presidente da Câmara leu na sessão extraordinária as cartas de renúncias assinadas pelo prefeito Carlos Gonçalves e o vice Peterson Henrique. Mesmo diante da denúncia que ambos fizeram ao Judiciário e a polícia sobre assinaturas falsas, o vereador Rogério anunciou a renúncia, destituiu a dupla dos cargos e tomou posse no cargo de prefeito de forma interina.

A Justiça, posteriormente, reconduziu o prefeito e o vice aos cargos e a questão das assinaturas falsas nas cartas de renúncia estão em avaliação pela Polícia Civil.


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