EXECUÇÃO NO RIO
Polícia aposta em sigilo para tentar elucidar morte de Marielle
A polícia do Rio de Janeiro está apostando no sigilo das investigações para tentar elucidar o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes. Até agora, a maior parte das informações que se tornaram públicas não dão muitas pistas sobre quem cometeu o crime e qual foi sua motivação.
A falta de resultados uma semana após o crime pode sinalizar que a polícia não esteja tendo sucesso. Mas segundo analistas ouvidos pelo UOL, o mistério que ronda o caso não significa necessariamente que os policiais não estejam avançando. Para eles, contudo, o vazamento de técnicas de apuração e indícios é prejudicial, pois pode influenciar os próximos passos dos criminosos.
Desde a noite da última quarta-feira (14), quando o crime aconteceu, a Delegacia de Homicídios e a cúpula da intervenção federal não deram detalhes sobre a investigação. Na prática, a única informação objetiva que vazou sobre o caso é a de que Marielle foi vítima de uma emboscada e não de uma tentativa de roubo comum. Anderson morreu porque estava junto com ela.
Também foram reveladas imagens da perseguição de dois carros ao veículo da parlamentar e informações sobre o lote da munição utilizada no crime , além do relato da sobrevivente do ataque. Rafael Alcadipani, professor de Gestão Pública na FGV (Fundação Getúlio Vargas) e que pesquisa as ações das polícias, afirmou que, em linhas gerais, as investigações de casos como esse devem se concentrar em três aspectos: imagens do crime gravadas por câmeras, comunicações por telefone celular e a possível motivação do assassinato.