O presidente Lula (PT) e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), se reuniram secretamente na noite de quarta-feira (16) para finalizar a entrada do Partido Progressista (PP) e do Partido Republicano (Republicanos) no governo, garantindo a essas legendas um espaço na Esplanada dos Ministérios. O encontro, que aconteceu na residência oficial da presidência da Câmara, foi mantido fora da agenda oficial dos dois políticos, conforme apurado pelo jornal O Globo.
As negociações, que vinham sendo aguardadas há semanas desde o recesso parlamentar de julho, têm como objetivo definir quais ministérios acomodarão os deputados André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), que foram indicados pelos seus respectivos partidos e aceitos por Lula como aliados do governo.
De acordo com informações do jornal, durante o encontro também foram abordadas questões sobre o comando de postos importantes na administração federal. Destaca-se a possível indicação de Margarete Coelho, ex-deputada federal do PP e ligada a Lira, para a presidência da Caixa Econômica Federal. Espera-se que as negociações sejam concluídas até a noite desta quinta-feira (17), com anúncios das mudanças previstos para sexta-feira (18).
A necessidade de intensificar as negociações entre Arthur Lira e o governo se deu após o ministro Fernando Haddad trocar críticas com o deputado, afirmando em uma entrevista no início da semana que a Câmara possuía poderes excessivos. Essa afirmação não foi bem recebida por Lira, que decidiu cancelar a reunião de líderes que buscava fechar um acordo para aprovar o novo marco fiscal. O texto precisou ser submetido novamente à Câmara após mudanças feitas pelo Senado.
A nova discussão sobre o marco fiscal deve ocorrer na próxima semana. O prazo para votação e sanção do novo marco fiscal é até 31 de agosto, data em que o governo deve apresentar o Orçamento de 2024 conforme as novas regras. Caso isso não ocorra, o governo terá que se adaptar ao Teto de Gastos atualmente em vigor, o que implicaria um corte de aproximadamente R$ 200 bilhões, de acordo com análises de economistas consultados pelo jornal O Estado de São Paulo.
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