caso Giovanna Tenório

Mirella Granconato é absolvida pela morte de estudante

Por Da redação 11/10/2017 - 19:38
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Foto: Assessoria
Foto: Assessoria

Mirella Granconato, acusada de mandar executar a estudante Giovanna Tenório, em 2011,  foi absolvida nesta quarta-feira, 11, do crime de homicídio, porém condenada por ocultação de cadáver. 

O julgamento foi presidido pelo juiz John Silas e teve como representante do Ministério Público (MP-AL) o promotor de Justiça Antônio Villas Boas. A réu foi ainda condenada a pagar indenização de R$ 20 mil à família de Giovanna. 

Como a pena de ocultação ficou abaixo de quatro anos, Mirella cumprirá em liberdade. 

No dia 28 de setembro foi condenado o caminhoneiro Luiz Alberto Bernadino da Silva, que teria assassinado a estudante a mando de Mirella. O motivo seria o envolvimento de Giovanna com o marido de Mirella, Antônio de Pádua Bandeira.

A vítima foi sequestrada, em junho daquele ano, após sair de uma unidade do Centro Universitário Cesmac, no Farol. Seu corpo foi encontrado dias depois, em um canavial entre as cidades de Rio Largo e Messias.

Após a sentença, Silas chegou a afirmar que “houve incoerência” na decisão do júri. "Peço a família da vítima que não faça Justiça com as próprias mãos, deixe a que a Justiça que faça justiça. Porque poderá ser julgada novamente".


Segundo parentes e amigos, a família já decidiu por manifestações e mobilizações nas redes. Uma caminhada pedindo justiça já está sendo organizada, a partir da decisão.



Testemunhas

Pela manhã e no início da tarde, foram ouvidas três testemunhas e uma declarante, a irmã da vítima, Larissa Tenório, além da realização interrogatório da ré. 

“Só Mirella bateu na minha irmã por duas vezes, só Mirella mandou mensagens ameaçadoras, só Mirella fez isso. Minha irmã era muito querida, muito amada, não tinha inimizade nenhuma”, disse Larissa, se referindo a dois episódios em que a ré teria agredido Giovanna.

Interrogada, Mirella Graconato negou o crime e afirmou que não conhece o caminhoneiro condenado como autor material do assassinato, Luiz Alberto Bernadino da Silva, mas admitiu ter feito as ameaças e trocado agressões físicas com Giovanna em um incidente na boate Le Hotel. 

“Tive algumas desavenças com ela. Ela sempre ligava pra ele e era algo que incomodava”, disse. “Mais do que ninguém, eu busco a verdade. Eu quero a minha vida volta. Eu quero a justiça, a verdade, nada além disso”, afirmou ainda.

As testemunhas Karolinne Albuquerque e Fernanda Silva, amigas de Giovanna, reafirmaram terem visto mensagens de celular ameaçadoras da ré para a vítima. Em uma das mensagens, segundo Karolinne, Mirella disse que daria uma “pisa” em Giovanna. 

Fernanda relatou que presenciou quando Giovanna recebeu uma ligação do celular de Toni, e ouviu uma voz feminina a chamando de “rapariga”. Giovanna teria então deduzido que a voz era de Mirella e desligou. O fato teria ocorrido poucos dias antes do desaparecimento da vítima.

Acusação e defesa

O promotor Antônio Vilas Boas, responsável pela acusação, afirmou que as mensagens enviadas pelo celular de Mirella à vítima, em tom ameaçador, não deixam dúvidas sobre a culpa da ré. “Não havia interesse de qualquer outra pessoa em ceifar a vida da vítima”, disse.

Já o advogado de defesa, Raimundo Palmeira, ressaltou que as mensagens foram enviadas quase um ano antes da morte de Giovanna, e que não há elementos concretos que demonstrem a persistência de algum litígio entre Mirella e a vítima.

“[Foi um] momento impensado. Quantas companheiras, esposas, quando veem seu marido envolvendo-se com outra pessoa, tem a infantilidade de passar uma mensagem que jamais cumpre. Se Mirela fosse agir violentamente no sentido de tirar a vida de cada amante de seu ex-esposo teve, seria uma serial killer. As traições eram comuns”, argumentou Raimundo Palmeira.


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