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Alagoanos denunciam trabalho escravo em fazenda de café

Por Redação com Bahia dia a dia 22/05/2018 - 17:19

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Foto: Divulgação
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Trinta e seis alagoanos denunciaram trabalho escravo ao Ministério Público do Trabalho (MPT-BA), na tarde desta segunda-feira, 21.

Os homens contaram que saíram da cidade de Murici com a promessa de trabalhar em uma propriedade rural. 

A proposta dava direito a alojamento, material de trabalho, alimentação e remuneração de até R$100 por dia para trabalho em uma fazenda de plantação de café, próximo à Caraíva, distrito de Porto Seguro.

Segundo os trabalhadores, assim que chegaram na propriedade eles perceberam as condições precárias. Eles tiveram que dormir em colchões no chão, o banheiro estava quase inutilizável e as compras feitas para os trabalhadores não foram entregues.

Eles informaram que a propriedade não assinou a carteira de trabalho e também não deu nenhuma satisfação dos benefícios trabalhistas.

Valdemar Santos, 32, disse que chegou a ficar cinco dias sem comer: “Só nos deram bolacha, farinha e salame. Essa foi a única alimentação durante o período que ficamos lá”, relatou.


Já Reginaldo da Silva, 22, informa que sofreu diversos ferimentos no corpo. Eles não receberam os artigos de proteção como luvas e botas.

 “Não deram nenhum material de trabalho, estou com muitas feridas nas mãos e nos pés por que não usei nenhum material de trabalho e muitos sofreram também diversas lesões no corpo. Na área tinha muita cobra, passamos por muitos riscos”, comentou.

Após diversas queixas e desentendimento com o gerente da fazenda, os trabalhadores afirmaram que foram levados para Itabela e deixados na cidade sem nenhum dinheiro para passagem e com fome. 

Então, resolveram procurar a Assistência Social do município. Lá eles receberam apoio e alimentação. 
 
Acionada, a equipe do MPT da unidade de Eunápolis foi até Itabela e ouviu os depoimentos dos trabalhadores. Os alagoanos devem estar retornando para Murici nesta quarta-feira, dia 23.

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