MANIFESTO
Mulheres vão ocupar as ruas de Maceió no dia 8 de março

A Frente Feminista de Alagoas, formada pelas mulheres representantes de partidos de esquerda, sindicatos, entidades feministas e movimentos sociais, está convocando um ato no Centro de Maceió no dia 8 de março. A concentração será às 8h, na praça dos Martírios e de lá a manifestação vai caminhar até a Praça Deodoro, e depois pelo calçadão.
O Dia Internacional da Mulher é celebrado desde 1910 e surgiu das lutas das mulheres trabalhadoras pelo fim da opressão machista, da exploração capitalista e contra todas as formas de violência resultantes de uma cultura patriarcal que coloca a mulher em condição de submissão.
Desta forma, embora todos os anos haja uma tentativa, por parte do mercado, de esvaziar essa data do seu significado de protesto, transformando em mais um dia de presentes, flores e galanteios, o 8 de março permanece como um dia de manifestação liderada e protagonizada pelas feministas. Neste ano de 2022, as mulheres vão lutar contra a carestia, o desemprego, a precarização das relações de trabalho e a fome.
Também vão gritar contra a exploração sexual a que são submetidas milhares de mulheres e crianças, esmagadas pela situação de extrema pobreza em que são mergulhadas em uma sociedade baseada na exploração e objetificação dos corpos. Em Maceió, as mulheres vão protestar também contra a destruição de cinco bairros para garantir os altos lucros da empresa Braskem, com a extração de sal-gema.
Além destas questões, são pautas dos movimentos de mulheres, que serão entregues às autoridades, a reivindicação de ampliação das creches públicas, o funcionamento das delegacias contra a violência à mulher com plantões aos finais de semana, por apoio à agricultura familiar e às mulheres agricultoras, pelo investimento em moradia popular beneficiando prioritariamente as chefes de família, entre outros pontos levantados pelas organizações.
O ato vai marcar a retomada dos protestos de rua contra o governo de Jair Bolsonaro. "Basta lembrar do movimento antivacina que já custou milhares de vidas e foi incentivado pela postura negacionista do presidente. Bolsonaro agiu como um verdadeiro genocida durante esta pandemia, minimizando os riscos, desdenhando da necessidade de manter o distanciamento, e insistiu em divulgar a cloroquina, mesmo quando a Ciência comprovou que o medicamento não era eficiente contra o vírus causador da Covid-19, atrasando criminosamente a compra das vacinas", destacou a frente popular.