CASO LOSARTANA
Anvisa orienta paciente a não suspender medicamento por conta própria

Cardíacos e hipertensos estão preocupados e com dúvidas desde o anúncio de recolhimento de remédios genéricos com losartana realizado pelos laboratórios Sanofi Medley e Sandoz, iniciativa divulgada há mais de uma semana depois de encontrada impurezas do tipo azido nos produtos.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu esclarecer alguns pontos para os brasileiros que fazem uso do medicamento, um dos mais utilizados no tratamento dois problemas de saúde. A preocupação da Anvisa é que as pessoas deixem de tomar os medicamentos que são de uso contínuo, por conta própria, e possam ser acometidos por algum problema, como pico hipertensivo.
Os medicamentos foram recolhidos do mercado, segundo a Anvisa, nos meses de setembro e outubro do ano passado e os fabricantes já concluíram esse trabalho.
"A orientação da Anvisa é que os usuários de losartana não interrompam o uso do produto por conta própria. A losartana pertence à classe conhecida como “sartanas”, que são medicamentos seguros e eficazes no controle do tratamento de hipertensão e insuficiência cardíaca, reduzindo significativamente o risco de derrame e infarto. A interrupção do tratamento com a losartana sem a orientação médica correta pode levar a problemas graves, tais como episódios de hipertensão", escreveu a agência em um comunicado.
Segundo a Anvisa, a presença da impureza azido encontrada nas medicações pode ser fruto do próprio processo de fabricação, ou seja, um subproduto de interações químicas. As substâncias foram encontradas pelo controle de qualidade dos fabricantes, que seguem a regulamentação da Anvisa.
Os pacientes não devem interromper o tratamento, a menos que tenham sido aconselhados pelo seu médico, orienta a Agência. O órgão também recomenda que os pacientes que tiverem alguma dúvida sobre o tratamento atual conversem com seu médico ou com um farmacêutico.
Segundo a Anvisa, não existem dados para sugerir que o produto que contém a impureza causou uma mudança na frequência ou natureza dos eventos adversos relacionados a cânceres, anomalias congênitas ou distúrbios de fertilidade. Assim, não há risco imediato em relação ao uso desse medicamento, afirma.