REPÚDIO

Arthur Lira condena ação violenta de Roberto Jefferson

Presidente da Câmara dos Deputados se manifesta após prisão de Jefferson
Por Com Estadão Conteúdo 23/10/2022 - 20:27
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Câmara dos Deputados
Arthur Lira
Arthur Lira

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), condenou a ação violenta de Jefferson. "O Brasil assiste estarrecido fatos que, neste domingo, atingiram o pico do absurdo. Em nome da Câmara, repudio toda reação violenta, armada ou com palavras, que ponham em risco as instituições e seus integrantes. Não admitiremos retrocessos ou atentados contra nossa democracia."

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), criticou os ataques à ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia e à deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP). Na visão do senador, é obrigação moral das instituições punir quem proferiu as ofensas.

"As atitudes repugnantes que ofenderam a ministra Cármen Lúcia e a deputada Marina Silva, duas valorosas mulheres brasileiras, não representam a nossa sociedade, que busca um país com mais equilíbrio, serenidade e igualdade", escreveu Pacheco no Twitter, acrescentando: "Preocupa-nos quantos fatos desses, a todo instante, acontecem com as mulheres Brasil afora sem que tenhamos conhecimento. Puni-los e calá-los é obrigação moral das instituições, principalmente da Justiça Penal. O Estado democrático de Direito confere liberdades ao cidadão, jamais o direito de praticar crimes e violar direito alheio."

Em suas postagens, Pacheco não se referiu diretamente à resistência de Jefferson à prisão neste domingo, embora elas tenham sido publicadas após a notícia sobre o petebista circular na imprensa e nas redes sociais.

O ex-juiz e ministro da Justiça e senador eleito pelo Paraná Sérgio Moro demorou a se pronunciar sobre o episódio e declarou apenas solidariedade aos policiais atingidos no ataque, sem fazer crítica direta à ação de Jefferson, que classificou apenas como "sem noção". "Coisa mais sem noção esse ataque aos agentes da PF. Espero que estejam bem. Minha solidariedade."

Lula e aliados repudiam violência


Em sua rede social, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prestou solidariedade aos agentes da Polícia Federal que foram atingidos pelos estilhaços de granada arremessada por Jefferson.

Durante coletiva de imprensa em São Paulo, Lula defendeu que as ações de Jefferson são consequências de um comportamento incitado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). "Ele (Bolsonaro) conseguiu criar uma parcela da sociedade brasileira raivosa, com ódio, mentirosa, que espalha fake news o dia inteiro, sem se importar se o seu filho está vendo ou não. É um desrespeito com a população, gera comportamentos como o do ex-deputado Roberto Jefferson (PT) e de outras pessoas que seguem nosso adversário", afirmou o petista.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também defendeu a ideia de que a violência disseminada por Bolsonaro interfere no comportamento de outras pessoas e prestou solidariedade aos policiais atingidos. "A violência disseminada por Bolsonaro atinge o cúmulo, com Roberto Jefferson atirando contra agentes que cumpriam ordem da Justiça. Nossa solidariedade com o STF e os policiais atingidos. O Brasil precisa de paz e a vida do povo tem de ser a centralidade do nosso debate."

O ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB) afirmou que atirar contra policial em serviço é "crime hediondo". O candidato ao governo de São Paulo pelo PT, Fernando Haddad, também prestou solidariedade aos policiais feridos e aproveitou o momento para relacionar o ocorrido com o seu adversário na disputa, o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos).

O deputador federal André Janones (Avante-MG) criticou a postura de Bolsonaro de equiparar, em sua nota de repúdio, as ações de Jefferson e as decisões judiciais, classificando a postura como uma defesa do presidente a Jefferson. "Bolsonaro sai em defesa de Roberto Jeferson após ele atirar contra policiais e compara a ação de Jeferson com a atuação dos ministros do STF, dizendo que ambas devem ser IGUALMENTE repudiadas!"

O deputado federal eleito Guilherme Boulos (PSOL-SP) publicou uma imagem de Jefferson e Bolsonaro se abraçando e lembrou de episódio em que ambos desrespeitaram decisões de órgãos federais: o primeiro com a PF e o segundo com o STF. Neste domingo, durante live, Bolsonaro afirmou que nunca tinha tirado uma foto com Jefferson.


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