IVERMECTINA

Médico alagoano negacionista vende 'reversão' e 'detox vacinal' pelo WhatsApp, diz site

Marcos Falcão posta vídeos com críticas ao atual governo e em apoio ao ex-presidente
Por Redação 02/04/2023 - 08:25
Atualização: 02/04/2023 - 10:20
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Reprodução/Youtube
O médico Marcos Falcão, de Alagoas
O médico Marcos Falcão, de Alagoas

O médico Marcos Falcão, de Alagoas, está sendo acusado de vender tratamentos falsos para pacientes por meio do WhatsApp. De acordo com reportagem do site Uol publicada neste domingo, 2, Falcão oferece "detox vacinal" ao preço de R$ 470.

O "detox" consiste em medicamentos como ivermectina, vitaminas, anti-inflamatórios e uso de aspirina, além de exames para realizar uma desintoxicação dos "efeitos nocivos da vacina"

O contato comercial divulgado na página de Falcão também anuncia que o médico assina atestados que isentam da vacinação contra a covid-19, e é passada uma lista de doenças e condições que livram o paciente de se imunizar.

Quando é dito que o paciente em questão não tem nenhuma dessas doenças, o contato responde que o médico consegue o atestado, sim.

A reportagem do Uol entrou em contato com Falcão pelo WhatsApp para questionar como funciona o procedimento e simular uma consulta, após acessar grupos antivacina pelo Telegram, além do grupo "Médicos pela Vida", conhecido por defender o chamado tratamento precoce e por semear dúvidas sobre a eficácia das vacinas contra a covid-19.

Parte de uma conversa entre equipe do UOL e o médico - Reprodução/UOL

Falcão se identifica como "Cidadão livre para dar minhas opiniões" no Instagram posta vídeos com críticas ao atual governo e em apoio ao ex-presidente. Seu perfil soma mais de 72 mil seguidores.

Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), a comunicação entre médicos e pacientes pelo WhatsApp não pode ser enquadrada como telemedicina (prática regulamentada) ou um espaço para consultas. O aplicativo deve ser usado apenas para tirar eventuais dúvidas e manter contato.

A respeito da prática de "detox vacinal", o Conselho afirmou em nota: "Para manter sua isenção, o CFM não comenta preliminarmente casos concretos. Qualquer denúncia contra médicos deve ser direcionada inicialmente ao CRM do estado onde aconteceu o episódio para obter outras informações".

É importante lembrar que a vacinação contra a Covid-19 é a medida mais eficaz para prevenir a doença e suas complicações. Recomenda-se que as pessoas busquem informações confiáveis sobre o assunto e não confiem em tratamentos falsos ou em atestados que isentem da vacinação. Caso haja suspeita de práticas ilegais por parte de médicos, é possível fazer denúncias aos conselhos regionais de medicina.

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