BOMBA-RELÓGIO

Técnico diz que ácido sulfúrico é ameaça para Jaraguá e Pajuçara

Especialista diz que é preciso defender Maceió de novo crime ambiental
Por Maria Salésia 24/06/2023 - 18:07
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Divulgação
Porto de Maceió
Porto de Maceió

O projeto de implantar um tanque para armazenar ácido sulfúrico no Porto de Maceió, em uma zona que é de preservação ambiental, tem causado polêmica e vários segmentos da sociedade alertam sobre o risco de um novo desastre ambiental na capital alagoana. O professor, arquiteto e urbanista Dilson Ferreira diz que o tema é de utilidade pública, pois o risco é grande por se tratar de um gás corrosivo e que, se inalado, gera asfixia. Por ser extremamente letal, acrescenta, se transbordar poderá acabar com os bairros de Pajuçara e Jaraguá. O caso envolve o terminal comprado pela empresa Timac Agro com área de 7.000m2 e adquirido em leilão com lance de R$ 50 mil.relacionadas_esquerda

O especialista explica que o ácido sulfúrico é um produto que em contato com qualquer superfície gera gases. Assim, se uma tancagem vaza e atinge o solo, além de contaminá-lo, vai gerar gases que produzem muito calor. No entanto, o projeto de construção foi autorizado em 2020 e tem prazo previsto de 25 anos, com possibilidade de prorrogação por 70 anos.

No programa Ufal e Sociedade desta semana, o professor comparou a possível implantação em Maceió com um caso que aconteceu recentemente em São Paulo em que houve transbordamento de ácido sulfúrico em uma rodovia e várias pessoas inalaram o gás. Segundo ele, uma estocagem dessa na cidade é risco maior porque ali é um bioma, tem a zona costeira, uma restinga. Além do que está no plano diretor, sob jurisprudência da Prefeitura. “Não pode colocar nada ali por se tratar de uma área de preservação”, disse, destacando que ele como cidadão e a Universidade Federal de Alagoas estão dispostos a colaborarem.

Ferreira destaca que, além de se tratar de uma área com vários hotéis, o bairro de Jaraguá é um local turístico e o despejamento desse tipo de material dentro da praia é perigoso porque ele dilui, diferente do combustível fóssil – gasolina, querosene e diesel – que consegue separar as manchas e retirar. “O ácido não. Se entrar em contato com a água, vai diluir e se espalhar pela Pajuçara e Jaraguá e outras áreas”, explica.

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