POLÍTICA

Senado cria CPI da Braskem para investigar afundamento do solo em Maceió

Comissão será formada por 11 senadores titulares e 7 suplentes e terá até 120 dias de duração
Por Redação 24/10/2023 - 22:06
Atualização: 24/10/2023 - 22:34
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EXTRA
Milhares de imóveis tiveram de ser evacuados por conta do afundamento do solo em cinco bairros
Milhares de imóveis tiveram de ser evacuados por conta do afundamento do solo em cinco bairros

O presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), leu nesta terça-feira, 24, o requerimento de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar o afundamento do solo provocado pela mineração realizada pela Braskem em Maceió. Portanto, a CPI da Braskem está oficialmente criada.

A etapa seguinte é a indicação pelos partidos dos membros para a comissão. A CPI será formada por 11 senadores titulares e sete suplentes.

O requerimento contou com o apoio de 45 senadores, ultrapassando as 27 assinaturas necessária e pretende investigar possíveis omissões da Braskem na reparação dos danos causados em Maceió.relacionadas_esquerda

Renan Calheiros, autor do requerimento, justificou a abertura da CPI devido à "falta de transparência" da empresa. Ele afirma que, mesmo após cinco anos, a reparação integral dos danos socioambientais não foi realizada adequadamente pela Braskem, incluindo medidas de mitigação, reparação, compensação e indenização.

"Não obstante a realização de acordos judiciais com os moradores, há um desconhecido passivo decorrente das necessárias medidas de preservação do patrimônio ambiental e histórico de Maceió, além de, recentemente, o município ter assinado acordo com a empresa para a reparação dos danos urbanísticos no valor de R$ 1,7 bilhão, que não estavam previstos anteriormente", argumenta o senador no requerimento.

Renan ainda aponta a necessidade de se investigar a solvência da empresa e as decisões de seus acionistas controladores que, conforme denúncia, “distribuíram volumosos dividendos” mesmo após ter sido constatado o dano socioambiental. Para ele, é importante apurar os reflexos em “seus milhares de investidores e acionistas”.

Além disso, o processo de venda da empresa, que está em curso, deve levar em conta os custos que serão destinados para a recuperação do desastre em Maceió.

Braskem se pronuncia

Por meio de nota, a empresa informou que, desde o início, vem implementando ações para resolver o tema de forma definitiva e consoante os acordos assinados com as autoridades competentes.

A empresa informou ainda que estão sendo "realizadas ações junto às comunidades dos bairros afetados e diálogos constantes com todos os envolvidos". Confira a nota na íntegra:

Desde o início, a Braskem vem implementando ações para resolver o tema de forma definitiva e em conformidade com os acordos assinados com as autoridades competentes. Estão sendo realizadas ações junto às comunidades dos bairros afetados e diálogos constantes com todos os envolvidos.

Bairros afundando em Maceió

O Serviço Geológico do Brasil apontou que o afundamento do solo dos bairros Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e parte do Farol é decorrente da extração de sal-gema pela Braskem. Mais de 14 mil imóveis foram condenados nesses bairros e cerca de 55 mil pessoas tiveram que deixar suas casas. Os primeiros sinais do afundamento começaram em 2018.

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