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Nordeste: 8 a cada 10 violações contra crianças aconteceram na própria casa

Em três meses, região registrou mais de 97 mil casos com vítimas de até 17 anos
Por Agência Tatu 19/12/2023 - 13:34
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Agência Tatu
Ilustração
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No lar é onde se espera encontrar segurança e cuidados, mas isso não se aplica a todas as famílias. No Nordeste, 81.723 violações contra crianças e adolescentes de 0 a 17 anos, denunciadas pelo Disque 100 entre julho e setembro, aconteceram dentro da própria residência, o que corresponde a 8 casos a cada 10 denúncias realizadas.

A Agência Tatu coletou os dados do Disque 100, disponibilizados pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, e analisou a quantidade de denúncias e cenários das violações. 

Ao total, 97.184 casos de violações contra crianças e adolescentes do Nordeste foram registrados entre julho e setembro de 2023. Destes casos, 84% aconteceram na casa da própria vítima, ao considerar os dois primeiros cenários com mais ocorrências registradas pelo Disque 100: casa onde reside a vítima e o suspeito e a casa onde reside somente a vítima.

Na sequência, a casa do suspeito aparece como terceiro lugar onde mais as violações aconteceram, com 5.245 casos em toda a região. A instituição de ensino e via pública ficam em 4º e 5º lugar, respectivamente.

RN concentra maior número de denúncias


No ranking de casos por estado do Nordeste, considerando o número proporcional por 100 mil habitantes, o Rio Grande do Norte aparece com o maior número de denúncias, seguido de Sergipe e, em terceiro lugar, Alagoas, com 4.853 casos de violação. O estado com menor número de denúncias proporcionais é o Maranhão com 125 casos a cada 100 mil habitantes.

Combater as violações contra essa população depende também de toda sociedade civil, pontua o advogado Thiago Oliveira da Comissão de Defesa da Criança e do Adolescente da Ordem dos Advogados Brasil Seccional Alagoas (OAB/AL). “A família, a sociedade e o estado são responsáveis e devem tratar qualquer violação aos direitos e garantias das crianças e adolescentes como prioridade absoluta, sendo assim, os canais de denúncias de violência contra crianças e adolescentes precisam ser acionados, seja o Conselho Tutelar, Disque 100, Disque 180, 190, Defensoria Pública, Ministério Público e outros”, informou.


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