JUSTIÇA
TV Globo: MP de Alagoas defende que emissora rompa com Fernando Collor
Contrato da TV Gazeta acabou em 31 de dezembro passado, após 48 anos, mas liminar mantém concessãoO Ministério Público de Alagoas (MPAL) deu parecer favorável à TV Globo em processo que a emissora tenta tirar a concessão da TV Gazeta do ex-presidente Fernando Collor de Mello. A decisão é do procurador Marco Méro. De acordo com o procurador, a recente decisão liminar, no âmbito da recuperação judicial, dada à TV Gazeta, obrigando a TV Globo a renovar o contrato, não se aplica.
De acordo com o Uol, o procurador segue o mesmo entendimento do relator do processo no Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL), Paulo Zacarias. Em dezembro, o magistrado acolheu recurso da TV Globo, mas manteve os efeitos da liminar até o julgamento da 3ª Câmara Cível do TJ — que tem ainda mais dois desembargadores para declarar votos.
Pelo placar atual, falta apenas mais um voto para a TV Gazeta ser desfiliada da TV Globo. No entanto, não há data marcada para ocorrer o julgamento da 3ª Câmara Cível do TJ.
Globo alega condenação no STF
A TV Gazeta está em recuperação judicial desde 2019 por conta de dívidas acumuladas ao longo de vários anos. Apesar de uma votação de credores aprovar o plano de recuperação, o grupo de Fernando Collor de Mello está sendo investigado por supostos crimes falimentares.
Para encerrar o vínculo com Fernando Collor de Mello, a TV Globo alega que o ex-presidente foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) porque usou a TV Gazeta em um esquema de corrupção.
O contrato original entre as partes acabou no dia 31 de dezembro passado — são 48 anos de concessão ao grupo do ex-presidente. Mas, no dia 4 de dezembro, o juiz Léo Dennisson Bezerra de Almeida, da 10ª Vara Cível de Maceió, concedeu liminar dentro do processo de recuperação judicial da TV Gazeta e demais empresas do grupo. A decisão também obrigou a TV Globo a renovar contrato por mais cinco anos.
A TV Globo recorreu ao TJAL, e o relator cassou a liminar, mas manteve os efeitos práticos da decisão até o julgamento por conta dos impactos da decisão, que já causou a demissão de ao menos de 209 pessoas.
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