FEminicídio

'Sequer teve chance de defesa', diz família de Joana Mendes em julgamento

Arnobio Cavalcante não aceitava o fim do relacionamento com vítima
Por Redação 01/04/2024 - 09:55

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PC/AL
Joana Mendes e o ex-marido Arnóbio Henrique, autor das facadas que matou a jovem
Joana Mendes e o ex-marido Arnóbio Henrique, autor das facadas que matou a jovem

O júri popular de Arnóbio Cavalcante, acusado de matar sua ex-esposa, Joana Mendes, com 32 facadas, sendo 30 delas desferidas no rosto, teve início nesta segunda-feira (1º) em Maceió. O crime ocorreu em 2016 e o réu, que admitiu a autoria do homicídio, permanece sob custódia. Presidindo o julgamento está o juiz Yulli Rotter, previsto para se estender por dois dias.

O andamento do julgamento foi previamente adiado em duas ocasiões, porém o juiz esclareceu que nenhum pedido de postergação foi recebido. "O caso é complexo, dadas as circunstâncias do crime. Um total de 16 testemunhas foram arroladas, incluindo o réu. Se os depoimentos não se estenderem muito, planejamos continuar com o julgamento até altas horas da noite e retomar na manhã de terça-feira para a leitura da sentença", afirmou o juiz.

Os familiares de Joana estão na expectativa de que o réu seja condenado à pena máxima. Julia Mendes, irmã da vítima, declarou: "Após dois adiamentos, esperamos que a punição máxima seja aplicada, sem concessões. Ele desferiu 32 facadas em minha irmã, não lhe deu chance de defesa. Depois a deixou sozinha para sangrar até a morte." Arnóbio Cavalcante foi preso após se entregar na delegacia de Atalaia, no interior do estado, em resposta a um mandado judicial.

"A relação entre eles sempre foi abusiva. Ele era violento, conseguiu isolar minha irmã do convívio social, dos amigos, da prática de exercícios e da família. Até hoje sofremos com essa perda", desabafou Julia. O assassinato ocorreu no Conjunto Santo Eduardo, no bairro do Poço. Joana de Oliveira Mendes foi encontrada morta dentro de um veículo, no banco do passageiro, que foi abandonado em uma rua pouco movimentada. Na época, a defesa do acusado alegou que ele confessou o crime, porém não recordava dos detalhes.

Durante o processo, diversas testemunhas foram ouvidas e relataram que o réu tinha um histórico de comportamento violento. O casal estava em processo de divórcio e ele não aceitava o término do relacionamento. De acordo com os registros, o acusado marcou um encontro com a vítima para discutir um acordo de pensão para o filho deles, que na época tinha apenas dois anos. Após o crime, Arnóbio teve sua prisão preventiva decretada. Em junho de 2021, a defesa conseguiu revogar a prisão para que ele aguardasse o julgamento em liberdade, mediante medidas cautelares.


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