Depois de nove meses foragido de Alagoas, Leandro Pinheiro Barros, acusado de matar a esposa Mônica Cristina Gomes Cavalcante Alves, de 26 anos foi preso na noite dessa quarta-feira, 3, na cidade de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. O crime aconteceu no município de São José da Tapera, em Alagoas, em junho do ano passado, e deixou a população de Alagoas chocada, pois a vítima gravou um vídeo minutos antes de ser assassinada onde disse que se acontecesse algo contra ela, o marido seria o culpado.

Mônica relatou no vídeo que vivia em um relacionamento abusivo e pediu ajuda. “Quem achar esse celular, se eu tiver morta foi ele quem me matou. Ele é abusivo e quer atirar em mim”, disse.

O delegado Thales Araújo, da Diretoria de Inteligência Policial, informou que durante as investigações, a Polícia Civil de Alagoas descobriu que o acusado iniciou o processo de fuga para Bolívia, chegando ao país pouco tempo depois do crime. Diante das informações, os policiais passaram a trabalhar em conjunto com agências de inteligência para que fosse viabilizada a prisão do criminoso.

Segundo o delegado, a Polícia Civil do Mato Grosso do Sul, estado que faz fronteira com a Bolívia, trouxe Leandro para o Brasil e sua chegada em Alagoas é aguardada para ser interrogado pelo crime. O delegado informou que em Mato Grosso Leandro Barros confessou o assassinato e disse que estava bêbado no momento em que atirou em Mônica. Ela foi morta em frente ao fórum da cidade, após sair sozinha de uma festa junina onde havia discutido com Leandro.

Ainda de acordo com informações repassadas pelo delegado, Leandro estava em um novo relacionamento amoroso na Bolívia. Mônica foi morta pelo marido com um tiro no peito, sem chance de defesa ou socorro, e outros quatros ferimentos à bala. O promotor de Justiça, Fábio Bastos Nunes, denunciou o acusado, após concluir que o crime foi planejado. “O acusado praticou feminicídio em desfavor de sua mulher, de forma premeditada, em frente ao fórum da comarca de São José da Tapera, revelando destemor à Justiça e às consequências jurídicas penais”, diz um trecho da ação penal.

Na petição, o promotor de Justiça relatou o grau de frieza do acusado. “O tiro à curta distância, conforme resta evidenciado nos exames periciais, demonstra toda frieza na execução do crime, e denota a periculosidade real do acusado”, enfatizou ele.

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