BAIRROS AFUNDANDO

Crime da Braskem em Maceió é denunciado à OEA

Tragédia desalojou cerca de 60 mil pessoas e derrubou mais de 15 mil imóveis
Por Redação 13/07/2024 - 09:06

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Afrânio Bastos
Braskem em Maceió
Braskem em Maceió

O afundamento do solo em Maceió, causado pela mineração da Braskem, foi denunciado nesta sexta-feira, 12, à Comissão Interamericana dos Direitos Humanos, da Organização dos Estados Americanos (OEA). A tragédia desalojou cerca de 60 mil pessoas e derrubou mais de 15 mil imóveis em cinco bairros, afetando indiretamente 200 mil pessoas.

A denúncia foi feita por Rikartiany Cardoso, pesquisadora e mestranda em direitos humanos, membro do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM). Ela destacou a importância do evento ao tratar do Caso Braskem e de outras quatro tragédias brasileiras: Boate Kiss, Ninho do Urubu, e os rompimentos das barragens de Mariana e Brumadinho.

Rikartiany, falando de Maceió, relatou o caso por videoconferência e pediu que a OEA faça justiça. Segundo ela, é crucial punir os responsáveis pelo afundamento do solo. "Não podemos deixar que um crime como esse, que levou tantas pessoas ao desespero, continue impune", afirmou.

Apesar de não haver mortes diretamente ligadas ao afundamento, vítimas alegam que houve suicídios devido à perda de condições de vida. Rikartiany enfatizou a necessidade de justiça para as vítimas da Braskem.

Na audiência de sexta-feira, em Washington (EUA), familiares das vítimas das cinco tragédias brasileiras clamaram por justiça e punição. A audiência, que durou uma hora e meia, contou com depoimentos contundentes sobre a impunidade nos casos de Brumadinho, Mariana, Boate Kiss e Ninho do Urubu.

As vítimas da mineração em Maceió participam de uma petição conjunta com vítimas das outras quatro tragédias. Eles prestaram depoimento à Comissão da OEA, debatendo se o Estado brasileiro tem envolvimento nas violações de direitos humanos devido à falta de resposta judicial.

Os depoimentos, iniciados às 15 horas e transmitidos pelo Youtube, incluíram representantes do Estado brasileiro, como Ibama e o Ministério da Cidadania e Direitos Humanos. A maioria dos denunciados no caso de Mariana obteve decisões favoráveis, retirando sua condição de réu, e poucos ainda respondem criminalmente após oito anos.


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