Os deputados da federação PSOL/Rede encaminharam na última sexta-feira (12) um ofício ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), exigindo providências sobre o pedido de cassação de Alexandre Ramagem (PL-RJ). Em fevereiro, o grupo protocolou uma representação contra o ex-chefe da Abin por quebra de decoro parlamentar, alegando práticas incompatíveis com o mandato. Na época, basearam-se em uma operação da Polícia Federal que investigava espionagem ilegal na Abin, tendo Ramagem como alvo. Ele negou qualquer irregularidade.

Entre os signatários do documento enviado a Lira, destaca-se Tarcísio Motta, pré-candidato do PSOL à Prefeitura do Rio. Segundo a última pesquisa Datafolha, Motta está em segundo lugar, atrás de Eduardo Paes (PSD) e à frente de Ramagem. Paes lidera com 53% das intenções de voto, seguido por Tarcísio com 9% e Ramagem com 7%. A pré-campanha de Ramagem enfrenta novos desafios, agravados pela revelação de um áudio onde ele discute com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a atuação da Receita em uma investigação sobre o esquema de “rachadinha” no gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

O ofício da federação PSOL/Rede alega que, apesar do pedido de cassação feito em fevereiro, “até o presente momento, não há notícias do recebimento da representação na forma regimental prevista”. Os parlamentares solicitam, portanto, “que a representação seja prontamente encaminhada ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar”, para que seja instaurado um processo disciplinar e apurada a conduta de Ramagem.

A resposta de Arthur Lira será crucial para o andamento do processo. Enquanto isso, Ramagem nega qualquer envolvimento em atividades irregulares, insistindo que todas as suas ações foram conduzidas de acordo com a lei. A situação aumenta a pressão sobre o cenário político, especialmente em meio às disputas eleitorais que se aproximam.