A revisão ampliada dos benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), chamada popularmente de pente-fino, vai começar em agosto com estimativa de cortar aproximadamente 680 mil pagamentos com irregularidades, conforme anúncio do governo federal.

É um programa que busca detectar fraudes e vai contribuir para a meta de equilíbrio fiscal dos próximos anos. Com a intenção de iniciar nas próximas semanas, a revisão impactará beneficiários de diversos programas, especialmente aqueles relacionados ao auxílio por incapacidade e ao Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Para evitar a perda do benefício do INSS no pente-fino, é extremamente importante que o beneficiário mantenha seus dados atualizados no Meu INSS. O cadastro é o responsável por todas as informações que garantem o direito ao benefício, incluindo a prova de vida automática do INSS.

Além disso, caso receba um benefício que esteja atrelado à necessidade de perícia médica periódica, o beneficiário não deve deixar de fazer exames, se munir de laudos, receitas, pareceres médicos e apresentar a documentação solicitada o quanto antes.

O governo já suspendeu e encerrou o pagamento de 57.700 benefícios, antes de começar o pente-fino. Desses, 37.325 foram cessados e outros 20.375 foram suspensos – podendo voltar a ser pagos caso as irregularidades sejam descartadas. As ações de acompanhamento e monitoramento permanente do órgão resultaram em um impacto de R$ 750,85 milhões, referentes a pagamentos indevidos e que provocaram o bloqueio de crédito, a suspensão ou a cessação de benefícios.

O ministro da previdência, Carlos Lupi, calcula que cerca de 800 mil pessoas poderão ter que fazer uma nova perícia para confirmar a necessidade de recebimento dos recursos durante todo o pente-fino. O governo chegou a um cálculo de economia de pelo menos R$ 25,9 bilhões para 2025 somente com a revisão de benefícios como auxílio-doença, aposentadorias por invalidez e BPC.

O Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, que será apresentado nesta segunda-feira (22) pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento, trará detalhamentos sobre o bloqueio de R$ 11,2 bilhões e contigenciamento de R$ 3,8 bilhões do orçamento deste ano para o cumprimento do arcabouço fiscal.