Mercado de Dados

PF deflagra operação contra fraudes no INSS em AL e outros estados

Criminosos vendiam dados a terceiros para utilização em consultas ou atividades ilícitas
Por Redação com PF 26/09/2024 - 08:47

ACESSIBILIDADE

Polícia Federal
Grupo é especializado na obtenção fraudulenta de dados de beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social
Grupo é especializado na obtenção fraudulenta de dados de beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social

Na manhã desta quinta-feira, 26, a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação "Mercado de Dados", com o intuito de desarticular uma organização criminosa atuante nos estados de Alagoas, São Paulo e Minas Gerais. O grupo é especializado na obtenção fraudulenta de dados de beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Até o momento, não foram divulgadas informações sobre o número de prisões ou apreensões realizadas.

Segundo a PF, os criminosos pretendiam vender os dados obtidos a terceiros, que poderiam utilizá-los para consultas ou atividades ilícitas, como a contratação indevida de empréstimos consignados e saques irregulares de benefícios previdenciários. A investigação, que teve início em setembro de 2023, revelou que a organização era composta por hackers que utilizavam técnicas avançadas de invasão cibernética para acessar diretamente o banco de dados do INSS. Além disso, servidores da autarquia federal estavam envolvidos, comercializando suas credenciais de acesso aos sistemas.

Os policiais federais executaram 29 mandados de busca e apreensão e 17 mandados de prisão preventiva em estados como Alagoas, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Goiás, Paraná, Bahia e no Distrito Federal. Um dos alvos da operação é um hacker já investigado pela PF, considerado um dos mais habilidosos invasores de sistemas. De acordo com a PF, ele era capaz de burlar o login com autenticação multifatorial, alterar níveis de acesso de credenciais de servidores do INSS e até usar os certificados digitais desses servidores.

A operação também mirou três servidores e um estagiário do INSS. Os envolvidos enfrentarão diversas acusações, incluindo organização criminosa, corrupção, invasão de dispositivos informáticos, violação de sigilo funcional, obtenção e comercialização de dados sigilosos, e lavagem de dinheiro, com penas que podem ultrapassar 15 anos de prisão.

O Juízo da 4ª Vara Criminal Federal de Cascavel, no Paraná, determinou o sequestro de 24 imóveis pertencentes aos membros da organização criminosa, além do bloqueio de recursos financeiros em suas contas bancárias, até o valor de R$ 34 milhões. A investigação foi realizada com o apoio do Ministério da Previdência, por meio da Coordenação de Inteligência da Previdência Social (COINP).


Encontrou algum erro? Entre em contato