O Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB) solicitou nesta sexta-feira, 11, ao governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), uma audiência sobre a suposta perseguição sofrida por Cássio Araújo, morador do Pinheiro, um dos bairros atingidos pela mineração feita pela Braskem em Maceió.

Um incêndio atingiu a casa de Cássio, que é coordenador-geral do MUVB, na madrugada de terça-feira, 8. Não havia ninguém no imóvel e não houve feridos, mas o ataque destruiu parte significativa do imóvel, incluindo uma coleção de cerca de 20 mil livros, patrimônio pessoal e cultural de valor incalculável.

"Esse atentado [...] representa o quinto ataque à propriedade do coordenador desde novembro, configurando uma série de atos intimidatórios que colocam em risco não apenas o Sr. Cassio, mas todos que, de forma legítima e pacífica, buscam justiça e reparação pelos danos causados pela Braskem a mais de 50 mil vítimas diretas e 85 mil pessoas afetadas na região", diz um trecho do ofício.

A Braskem atua em Alagoas desde os anos 1970 e já causou danos a 60 mil pessoas e a evacuação de 14 mil residências desde 2019, quando a mineração de sal-gema feita pela empresa foi apontada como a causadora das rachaduras que surgiram em imóveis e no solo de bairros de Maceió.

"Diante da gravidade dos fatos, exigimos a realização de uma investigação policial rigorosa e imparcial para a identificação e responsabilização dos envolvidos nesse atentado. Acreditamos que Vossa Excelência, comprometido com a segurança e o bem-estar dos cidadãos alagoanos, poderá contribuir para que as autoridades responsáveis adotem as medidas necessárias para a proteção do Sr. Cassio Araújo e demais membros do movimento", continua o texto.