INCÊNDIO CRIMINOSO

MPAL acompanhará inquérito sobre incêndio na casa de coordenador do MUVB

Caso aconteceu no dia 8 de outubro na rua Professor José da Silveira Camerino, no bairro do Pinheiro
Por Bruno Fernandes 17/10/2024 - 08:18

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Casa de Cássio Araújo, procurador do Ministério Público do Trabalho e coordenador-geral do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB)
Casa de Cássio Araújo, procurador do Ministério Público do Trabalho e coordenador-geral do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB)

O procurador-geral de Justiça, Lean Araújo, recebeu ontem, 16, membros do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB) para discutir a situação dos moradores da região dos Flexais. Um dos temas abordados foi o incêndio na residência de Cássio Araújo, coordenador do MUVB e procurador do Trabalho.

O procurador-geral se comprometeu a designar um promotor para acompanhar a investigação do incidente. Além disso, foi acertada uma visita à comunidade dos Flexais.

O encontro foi considerado positivo pelos representantes do MUVB, que destacaram a importância da atuação do Ministério Público de Alagoas (MP/AL) em defesa das vítimas do desastre ambiental causado pela Braskem. O incêndio na casa do coordenador do movimento foi visto como um atentado grave, e o grupo pediu uma investigação rigorosa.

Outros temas discutidos incluíram o futuro da comunidade dos Flexais. Enquanto alguns moradores desejam permanecer, outros pleiteiam a realocação com indenizações. Maurício Sarmento, do MUVB, destacou a necessidade de um novo diálogo entre o MP/AL e a comunidade, previsto para ocorrer após o dia 7 de novembro.

Na reunião, o MUVB também solicitou que o MP/AL intervenha junto às instituições envolvidas no Projeto Integração Urbana e Desenvolvimento dos Flexais. O grupo pede que as famílias de Bebedouro, uma das áreas afetadas, sejam ouvidas novamente para discutir suas reivindicações.

Cássio de Araújo Silva, coordenador-geral do MUVB, explicou que a comunidade deseja ter novamente poder de fala para que seja reavaliada a possibilidade de realocação de quem deseja sair do bairro.

“O que desejamos é um novo diálogo, uma vez que a área que está sendo revitalizada se encontra em ilhamento social. Uma nova rodada de conversação será muito importante para os moradores”, afirmou ele.

O incêndio

Na madrugada do dia 8 de outubro um incêndio atingiu a residência do procurador do Ministério Público do Trabalho e coordenador-geral do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB), Cássio Araújo, localizada na rua Professor José da Silveira Camerino, no bairro do Pinheiro, um dos bairros afetados pela mineração da Braskem, em Maceió. Não havia pessoas no imóvel e ninguém se feriu.

Cássio afirma que recebeu uma ligação durante a madrugada informando que sua casa estava em chamas. O procurador relatou que parte da casa foi destruída e estima um prejuízo de R$ 6 milhões, uma vez que possuía cerca de 20 mil livros ainda armazenados no local.

Cássio teve de deixar o imóvel em novembro do ano passado, quando uma das minas da petroquímica ainda corria risco de colapsar — a mina 18 desabou no meio de dezembro. Esse é considerado o maior desastre ambiental em área urbana do país. Ao menos 40 mil pessoas dos cinco bairros atingidos tiveram que ser relocadas.

O procurador afirma acreditar em incêndio criminoso. O Corpo de Bombeiros de Alagoas confirmou que se tratou de um incêndio de médias proporções, no primeiro andar da residência e que abrigava muitos materiais inflamáveis, como livros.

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