DECISÃO
Justiça nega liberdade a escultor acusado de chacina em Arapiraca
Regivaldo da Silva foi preso no dia 19 de abril, data em que os corpos foram encontradosOs desembargadores da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL) negaram, nesta quarta-feira, 6, a liberdade para o escultor acusado de matar quatro jovens em sua chácara no dia 13 de abril deste ano, em Arapiraca. Regivaldo da Silva Santana está preso desde o dia em que os corpos foram encontrados.
A defesa alegou que o escultor possui primariedade, bons antecedentes, residência fixa e ocupação lícita. A defesa citou ainda a excepcionalidade da prisão preventiva e a impossibilidade de utilização desta como antecipação de pena, além da possibilidade de substituição da prisão preventiva por medidas cautelares diversas ou até mesmo a conversão em prisão domiciliar, já que Regivaldo é responsável pelos cuidados de duas tias idosas portadoras de necessidades especiais.
As vítimas da chacina foram identificadas como Letícia da Silva Santos, de 20 anos (irmã de Lucas), Lucas da Silva Santos, de 15 anos (irmão de Letícia), Joselene de Souza Santos, de 17 anos (namorava Lucas) e Erick Juan de Lima Silva, de 20 anos (namorava Letícia).
O delegado acrescentou que, de acordo com câmeras de videomonitoramento, Letícia e Joselene saíram com o empresário e o acompanharam até uma agência bancária e, na volta, passaram em uma pizzaria. Segundo a Polícia Civil, quando o escultor chegou em casa, Lucas e Eryk foram tirar satisfação porque as jovens tinham saído com o empresário.
As vítimas foram mortas no dia 13, mas a polícia só descobriu o crime quase uma semana depois, após a mãe de dois jovens, irmãos, denunciar o desaparecimento deles. Os corpos foram encontrados na propriedade do empresário, juntamente com 10 armas de fogo, uma jiboia e uma cobra píton.
O escultor foi preso no dia 19 de abril, no mesmo dia em que os corpos foram encontrados. No dia seguinte, a polícia prendeu em Sergipe Wesley Santana Sá e Adriano Santos Lima por participação no crime. Wesley é sobrinho de Regivaldo e trabalhava com Adriano no ateliê do tio.
Os dois homens que ajudaram Giba a se livrar dos corpos disseram que ele estava bastante alterado e gritando e que as vítimas foram executadas. Durante depoimento à polícia, o sobrinho de Giba e o outro jovem preso contaram que foram obrigados pelo escultor a ocultar os cadáveres das vítimas, assassinadas com tiros na cabeça.
Segundo a polícia, com base nas provas colhidas, a alegação de legítima defesa apresentada pelo empresário Regivaldo da Silva Santana, conhecido como Giba, não é verdadeira.
Em julho, o juiz Alberto de Almeida, da 5ª Vara Criminal de Arapiraca, recebeu a denúncia do Ministério Público de Alagoas (MP/AL) contra o escultor e o tornou réu pela chacina. O magistrado também tornou réus Wesley Santana de Sá e Adriano Santos Lima pelo crime de ocultação de cadáver. Para ambos, Alberto de Almeida concedeu liberdade provisória.
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