Agentes comunitários de saúde e de combate às endemias do município de Ouro Branco, no sertão de Alagoas, denunciam que estão há dois meses sem receber salários. Segundo os profissionais, os vencimentos referentes a dezembro, o 13º salário e o incentivo de final de ano ainda não foram pagos pela prefeitura.

De acordo com levantamento realizado pelos próprios trabalhadores, há 20 agentes comunitários concursados, com uma dívida acumulada de R$ 160 mil. Já os agentes de combate às endemias somam 11 profissionais, totalizando R$ 88 mil em salários atrasados. Além disso, segundo eles, servidores contratados da Secretaria de Saúde foram demitidos sem receber os salários de novembro, dezembro e o 13º.

Um dos agentes, que preferiu não se identificar, relatou ao EXTRA o impacto dos atrasos nos pagamentos.

“Estamos com três pagamentos em atraso: o salário de dezembro, o 13º e o incentivo de final de ano. Verificamos que o dinheiro foi repassado ao município pelo Ministério da Saúde no dia 5 de dezembro, mas até hoje não recebemos. Há pais e mães de família passando necessidades”, desabafou o servidor.

Secretario alega problemas bancários

Procurado pelo EXTRA, o secretário de saúde de Ouro Branco, Gilmar Nobre, reconheceu o atraso nos pagamentos e atribuiu o problema a dificuldades de acesso ao sistema bancário. Segundo ele, as senhas das contas públicas foram bloqueadas pelo Banco do Brasil ao final da gestão anterior.

“Minha senha foi liberada na sexta-feira. Estou organizando os pagamentos e, se não conseguir efetuar tudo hoje, amanhã pela manhã o dinheiro estará na conta dos servidores. O bloqueio das senhas aconteceu no dia 30, às 15h, por conta do encerramento do mandato anterior”, explicou Nobre.

O EXTRA questionou o secretário de saúde a respeito das demissões dos servidores contratados, mas até o fechamento desta matéria, não houve retorno.

Servidores denunciam ameaças

Além do atraso nos salários, servidores afirmam que sofreram ameaças da gestão municipal. Segundo relatos, a administração teria alertado que eventuais paralisações poderiam acarretar em consequências severas contra os trabalhadores.

Até o momento, não há confirmação de que os pagamentos tenham sido efetuados.