Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, indicou recentemente a aliados que estaria disposto a integrar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, mas com condições específicas. Lira exige um ministério com capacidade de entrega, incluindo um orçamento robusto para viabilizar grandes obras e projetos. 

A informação é do portal O Antagonista, que afirma: "Arthur Lira não quer prêmio de consolação". De acordo com fontes próximas, emissários de Lira já transmitiram essa posição ao Palácio do Planalto, inclusive ao ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que está diretamente envolvido nas negociações para a reforma ministerial.

A cúpula do PP já deixou claro que gostaria de ver Lira à frente do Ministério da Saúde, uma pasta com um orçamento previsto de 241,61 bilhões de reais para 2025, e que tem forte interlocução com deputados e senadores por meio de emendas parlamentares. 

No entanto, o presidente Lula tem resistido a essa ideia, embora reconheça que a atual titular da pasta, Nísia Trindade, precisa apresentar projetos de impacto para ajudar a aumentar sua popularidade.

Em relação ao Ministério da Agricultura, que seria uma alternativa para Lira, a proposta do governo Lula não agrada o presidente da Câmara neste momento. Lira tem sinalizado que não deseja integrar um governo cuja popularidade está em queda, especialmente após a divulgação de uma pesquisa Genial/Quaest que revelou uma queda na aprovação do governo petista, especialmente no Nordeste, reduto eleitoral de Lira.

Aliados de Lira avaliam que, em ano pré-eleitoral, o presidente da Câmara deve se afastar do desgaste político do governo e focar em sua candidatura ao Senado em Alagoas, onde enfrentará o ex-senador Renan Calheiros. O MDB, partido de Renan, já estuda uma estratégia para reforçar sua atuação, incluindo a possível mudança no comando do Ministério dos Transportes.