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Projeto imobiliário gera debate sobre impacto ambiental na Lagoa da Anta

Câmara de Maceió e Assembleia Legislativa discutem construção de cinco megatorres
Por Redação 19/02/2025 - 10:06
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Divulgação
Lagoa da Anta pode ser afetada pelo projeto imobiliário
Lagoa da Anta pode ser afetada pelo projeto imobiliário

A construção de cinco megatorres de 15 andares no entorno da Lagoa da Anta, em Maceió, está gerando discussões nos legislativos municipal e estadual, especialmente no que tange aos impactos ambientais e à mobilidade urbana. O projeto, previsto para a área do bairro de Jatiúca, promete modificar o cenário urbanístico da região e tem despertado preocupações entre moradores, ambientalistas e autoridades públicas.

No Legislativo Municipal, o vereador Allan Pierre (MDB) apresentou um requerimento para convocar uma audiência pública com o tema “Preservação x Expansão Imobiliária”. O objetivo é discutir os potenciais efeitos da construção e avaliar alternativas para equilibrar o desenvolvimento imobiliário com a preservação ambiental. Pierre aguarda a deliberação do plenário da Câmara de Maceió, que deverá definir a data e o horário do evento.

Durante a audiência, o vereador planeja convidar representantes da Prefeitura de Maceió, do Instituto do Meio Ambiente (IMA), Ibama, Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB/AL), Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário em Alagoas (Ademi/AL), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia em Alagoas (Crea), Sindicato da Indústria da Construção de Alagoas (Sinduscon/AL), Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), além de representantes da Construtora Record, responsável pelo megaprojeto, do Hotel Jatiúca, Ministério Público de Alagoas (MPAL), Secretaria do Patrimônio da União (SPU) e moradores da região.

Pierre destaca que a discussão deve ser pautada pelo conceito de desenvolvimento sustentável, considerando a preservação ambiental da região, que abriga manguezais, coqueirais e um ecossistema interligado à lagoa. Ele alerta para os potenciais impactos ambientais, afirmando que o tamanho das torres pode causar danos irreversíveis ao meio ambiente. “A Lagoa da Anta é um patrimônio da cidade, e qualquer projeto dessa magnitude precisa ser cuidadosamente avaliado para garantir que beneficie a população e não apenas o crescimento imobiliário”, afirmou.

Na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE), o deputado Delegado Leonam Pinheiro (União Brasil) também se posicionou sobre o projeto. O presidente da 11ª Comissão de Meio Ambiente e Proteção dos Animais informou que a questão será debatida em março. Leonam enfatizou a importância da área para o meio ambiente, mencionando a existência de matas ciliares e alertando para o crime que seria qualquer interferência ambiental na região. Ele também manifestou preocupação com o impacto do projeto na mobilidade urbana, uma vez que a construção das megatorres incluiria 2 mil vagas de estacionamento, aumentando significativamente o número de veículos na área, que já enfrenta alto fluxo de tráfego.

Em relação ao projeto, a Construtora Record, que está à frente da negociação, não se manifestou oficialmente. Em entrevista à TV Gazeta, um dos diretores da empresa informou que estava viajando e não comentou sobre os detalhes. Contudo, Hélio Abreu, sócio da Record, confirmou que a negociação está sendo mantida “sob sigilo”. Ele revelou que, além do pagamento inicial, a construtora assumirá uma dívida de R$ 260 milhões do Grupo Lundgren junto a instituições financeiras, com um pagamento adicional de R$ 260 milhões, totalizando R$ 520 milhões. Esse montante corresponde a uma valorização de 35% devido à incorporação da área ao projeto.


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