JUSTIÇA

Maceió: Serial Killer se contradiz em julgamento por homicídio de barbeiro

Albino Santos de Lima alegou legítima defesa e esqueceu ter sido “possuído pelo Arcanjo Miguel”
Por Bruno Fernandes e Ana Luíza Ambrósio 11/04/2025 - 16:23
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Ana Luíza Ambrózio
O réu Albino Santos de Lima se contradisse durante o julgamento realizado na sexta-feira, 11, em Maceió
O réu Albino Santos de Lima se contradisse durante o julgamento realizado na sexta-feira, 11, em Maceió

O réu Albino Santos de Lima se contradisse durante o julgamento realizado na sexta-feira, 11, em Maceió. Acusado de matar o barbeiro Emerson Wagner, ele alegou legítima defesa, embora em outro processo tenha dito que foi “possuído pelo Arcanjo Miguel” ao cometer os crimes.

Segundo o Ministério Público, o homicídio ocorreu em 21 de junho de 2024. Albino teria tentado invadir a casa da namorada de Emerson. Ao ser seguido por Emerson e um amigo, sacou uma arma e atirou. Emerson morreu no local. O amigo escapou.

Durante o julgamento, Albino afirmou que foi perseguido pela vítima e que “foi necessário” usar a força. Também pediu desculpas à mãe de Emerson e declarou que sofre de transtornos mentais. Laudos técnicos já descartaram essa hipótese.

O sobrevivente contou que Emerson o chamou para tirar satisfação com Albino, após a tentativa de invasão. Relatou que, em seguida, o réu entrou em uma rua e atirou contra os dois. Emerson estava de bicicleta e foi baleado. O amigo, de moto, fugiu.

A ex-mulher de Albino e o genro dela também foram ouvidos. Ambos descreveram comportamentos agressivos do réu. A ex-esposa disse que pediu a separação e que ele não aceitava. Ao depor, Albino confessou o crime e reafirmou a tese de legítima defesa.

Arcanjo Miguel

Em audiência anterior, sobre os assassinatos de Louise Gybson e Tâmara Vanessa, Albino disse que não se lembrava dos crimes. “Eu fui possuído pelo Arcanjo Miguel da justiça.” Segundo ele, “não sabia que era eu”, e só soube após a perícia policial.

Ainda sobre os outros crimes, declarou que “o arcanjo ordenava que eu fosse ao cemitério e tirasse fotos das lápides das vítimas”. Acrescentou que continua ouvindo vozes, mas que “não tenho permissão pra falar sobre isso. É um assunto celestial”.

O advogado do réu, Gilberto Bernardo de Lima, não quis se pronunciar sobre o caso. Albino é acusado de cometer ao menos 18 homicídios entre 2019 e 2024 e responde a diversos processos criminais na Justiça de Alagoas.


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