SERIAL KILLER
Albino Santos alega legítima defesa para justificar assassinato de barbeiro
Julgamento ocorre nesta sexta-feira em Maceió; réu insiste que tem problemas mentais
O julgamento do réu Albino Santos de Lima, conhecido como serial killer de Maceió por envolvimento em pelo menos 18 assassinatos cometidos entre 2019 e 2024, levou um público grande ao Fórum do Barro Duro, em Maceió, nesta sexta-feira,11. Ele é julgado pela morte do barbeiro Emerson Wagner da Silva e da tentativa de homicídio contra uma vítima identificada pelas iniciais R.V.S.
Albino Santos alegou legítima defesa no caso, acusou a vítima de ser traficante e disse que estava sendo perseguido no momento do crime. De acordo com a denúncia da 68ª Promotoria de Justiça da capital, o homicídio do barbeiro Emerson aconteceu no dia 21 de junho de 2024. Albino Santos teria tentado invadir a residência da namorada de Emerson, mas foi flagrado. O barbeiro o seguiu com um amigo e ao perceber a manobra, ele sacou a arma e atirou contra os dois. Emerson Wagner foi atingido e morreu no local. O amigo de Emerson correu e não foi atingido pelos tiros.
Nos momentos em que foi questionado, o réu voltou a dizer nesta sexta-feira que tem problemas mentais, usando esse argumento para justificar seu comportamento. Essa tese já foi descartada em laudos emitidos por especialistas. Ele também pediu desculpas a mãe da vítima, que acompanha o julgamento, e disse que foi "necessário" utilizar força. Albino Santos congregava na mesma igreja que a mãe de Emerson.
Pelo menos três testemunhas foram arroladas pelo Ministério Público e ouvidas nesta manhã. A primeira foi o sobrevivente. O jovem confirmou que a vítima, Emerson, chamou-o para tirar satisfação com o réu, em razão do Albino ter tentado, supostamente, entrar na casa da sua namorada.
Disse também que, após terem questionado Albino, pouco tempo depois, o réu entrou numa rua esquisita e atirou contra os dois. Emerson estava de bicicleta e não conseguiu se defender, tendo sido baleado e vindo a óbito o no local. Já o sobrevivente, que estava de moto, conseguiu escapar dos tiros.
A segunda e a terceira testemunhas foram a ex-mulher de Albino e o genro dela. Ambos confirmaram que o réu tinha comportado agressivo. A ex-esposa, inclusive, confessou que pediu a separação, por alguns anos, e o Albino não aceitava. Em seguida, Albino foi ouvido, confessou os crimes e disse que agiu em legítima defesa, porque teria sido ameado pelas duas vítimas.
O advogado do réu, Gilberto Bernado de Lima, não quis se pronunciar até o momento.