SAÚDE
Ginecologista explica causas, sintomas e tratamentos de endometriose
Profissional da Hapvida detalha como a doença pode impactar a saúde das mulheres
Apesar de atingir milhões de mulheres em idade reprodutiva, a endometriose ainda é uma condição envolta em incertezas. Segundo o ginecologista Manoel Hollanda, da Hapvida Maceió, não há uma causa única e definitiva para a doença, mas sim algumas teorias em estudo. Entenda a causa, como diagnosticar e o tratamento para essa doença que atinge 190 milhões de mulheres no mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).
Além disso, ele ressalta que há uma predisposição genética. "Mulheres com parentes de primeiro grau com endometriose, como mães e irmãs, têm maior probabilidade de desenvolver a condição. Trata-se de uma predisposição multigênica", acrescenta. A endometriose costuma causar dor pélvica intensa, especialmente durante o período menstrual – um quadro conhecido como dismenorreia. Outro sintoma bastante frequente é a dor durante a relação sexual, chamada dispareunia. "Essas dores estão ligadas à presença de tecido endometrial fora do útero, que inflama durante o ciclo menstrual, principalmente no peritônio", afirma Hollanda.
A doença também está diretamente relacionada à infertilidade. "A endometriose pode modificar a anatomia da pelve e provocar reações inflamatórias que dificultam a fecundação. Por isso, muitas mulheres com dificuldade para engravidar precisam de avaliação especializada", explica.
O diagnóstico da endometriose começa com uma boa anamnese – entrevista clínica detalhada – e exame físico. "Conversar com a paciente, identificar os padrões de dor, fazer o exame de toque e avaliar possíveis lesões são passos essenciais", diz o ginecologista. Os exames de imagem são fundamentais para confirmar a suspeita. O primeiro passo é o ultrassom transvaginal. Se houver persistência dos sintomas, realiza-se o mapeamento de endometriose com ultrassom, que utiliza contraste para uma análise mais precisa da pelve. Em casos mais complexos, o exame mais indicado é a ressonância magnética pélvica com preparo específico, que permite visualizar lesões em locais como ovários, intestino e ureteres.
De acordo com o Dr. Manoel Hollanda, o tratamento da endometriose depende da gravidade do caso e dos objetivos da paciente. O primeiro passo geralmente é o tratamento clínico. Quando o tratamento medicamentoso não é suficiente ou há desejo de engravidar, a cirurgia se torna necessária. "Nesse caso, buscamos remover todos os focos da endometriose para restaurar a fertilidade da paciente", afirma. Também são indicadas cirurgias em casos mais graves, como quando há lesões que comprometem órgãos como intestinos ou ureteres.
Embora seja uma doença benigna, a endometriose pode comprometer significativamente a qualidade de vida das mulheres. "Se bem diagnosticada e tratada, é possível controlar os sintomas e, em alguns casos, até alcançar a cura", conclui o ginecologista.