CRISE NA CBF
Felipe Feijó assina manifesto que omite nome de Ednaldo Rodrigues
Federações articulam nova eleição na CBF sem apoio a ex-presidente
Felipe Feijó, presidente da Federação Alagoana de Futebol, está entre os 19 dirigentes estaduais que assinaram um manifesto pedindo renovação no futebol brasileiro. O documento foi divulgado após a destituição de Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF.
O manifesto defende uma nova condução na entidade, mas não menciona Ednaldo Rodrigues. A omissão do nome sinaliza o enfraquecimento do ex-presidente entre os dirigentes. A carta foi publicada poucas horas após a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Fernando Sarney, nomeado interventor judicial da CBF, pode convocar eleições para escolher um novo presidente. O movimento iniciado pelas federações é considerado um passo para a reformulação da gestão na entidade máxima do futebol nacional.
As federações de São Paulo, Bahia, Pernambuco, Espírito Santo, Minas Gerais, Tocantins, Amapá e Mato Grosso não assinaram o documento. Na segunda-feira, Ednaldo tentou reunir apoio, mas deixou o encontro sem nenhuma manifestação formal de respaldo.
Leia o manifesto abaixo:
"MANIFESTO PELA ESTABILIDADE, RENOVAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO DO FUTEBOL BRASILEIRO. 15 DE MAIO DE 2025.
O futebol brasileiro vive um momento decisivo. É urgente enfrentar desafios estruturais que há anos limitam o potencial do nosso futebol. Precisamos de um calendário equilibrado, arbitragem profissionalizada, gramados de qualidade, segurança nos estádios e competições fortalecidas.
Para que isso aconteça, é fundamental garantir estabilidade institucional à CBF. Precisamos virar a atual página de judicialização e instabilidade que há mais de uma década compromete o bom funcionamento da entidade e o avanço do futebol brasileiro. É também momento de resgatar a autonomia interna da CBF, hoje sufocada por uma estrutura excessivamente centralizada e desconectada das instâncias que compõem o ecossistema do futebol nacional.
Além da estabilidade, o cenário exige uma renovação de ideias, de práticas e de lideranças, bem como a profissionalização definitiva das estruturas de gestão. A CBF precisa ser exemplo de governança, eficiência e transparência — e também precisa voltar a ser a casa de todos que constroem o futebol brasileiro, com um ambiente saudável, inspirador e descentralizado, em que cada um possa contribuir ativamente para a melhoria do esporte que constitui verdadeiro patrimônio nacional.
Unidos com esse propósito, assumimos o compromisso de construir uma candidatura à Presidência e Vice-Presidências da CBF comprometida com um novo ciclo para o futebol brasileiro: mais democrático, mais integrado e mais aberto à participação de todos. Queremos uma CBF forte, querida por dentro, admirada por fora — e novamente amada por todos que fazem do futebol a alma do nosso país."