O ex-presidente Jair Bolsonaro foi incluído nesta segunda-feira (26) no inquérito que investiga suposta coação contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) por parte de seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A decisão é do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, que determinou que Jair Bolsonaro preste esclarecimentos no prazo de 10 dias.

Segundo Moraes, Jair Bolsonaro pode ser diretamente beneficiado pelas ações atribuídas a Eduardo, e por isso sua oitiva é necessária. O ministro destacou ainda que o ex-presidente declarou ser o responsável financeiro pela estadia do filho nos Estados Unidos, onde ele se encontra atualmente.

Eduardo Bolsonaro foi autorizado a prestar depoimento por escrito, considerando que está fora do Brasil. A Polícia Federal foi encarregada de monitorar e preservar as postagens do parlamentar nas redes sociais, que são parte do material analisado no inquérito.

A investigação foi aberta a pedido do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que listou uma série de declarações públicas de Eduardo Bolsonaro como possíveis tentativas de pressionar o Supremo Tribunal Federal.

Em discursos, o deputado afirmou que o avanço das investigações sobre os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 poderia levar a pressões internacionais, especialmente por sanções dos Estados Unidos contra ministros do STF, com foco no próprio Moraes.