IBGE

Segurança alimentar alcança mais 22 mil domicílios em Alagoas em 2024

Melhora dos dados não chega para 56 mil famílias, uma ruptura no padrão de alimentação familiar
Por IBGE 10/10/2025 - 15:40
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Tony Winston/Agência Brasília
Muitos alagoanos ainda não têm arroz e feijão diariamente
Muitos alagoanos ainda não têm arroz e feijão diariamente

A segurança alimentar em Alagoas apresentou melhora em 2024. No estado, 65,0% dos domicílios – o equivalente a 727 mil residências – estavam em situação de segurança alimentar, ante 63,6% em 2023. O aumento representa 22 mil domicílios a mais com acesso regular e permanente a alimentos.

Mesmo com o avanço, 35,0% dos domicílios alagoanos, cerca de 391 mil, ainda enfrentavam algum grau de insegurança alimentar. Desse total, 56 mil estavam em insegurança grave, quando falta comida no domicílio e há ruptura no padrão de alimentação familiar.

Os dados, divulgados hoje (10) pelo IBGE, são do módulo Segurança Alimentar da PNAD Contínua, realizada por meio de uma parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. Este módulo faz parte de uma série de resultados sobre este tema, já coletados na antiga PNAD (2004, 2009, 2013) e na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018. Embora não sejam pesquisas diretamente comparáveis, o IBGE manteve um padrão quinquenal que permite traçar a trajetória de enfrentamento da fome no país.

“Os dados indicam um cenário de recuperação no estado de Alagoas, mas ainda com um contingente expressivo de domicílios em insegurança alimentar. O desafio é manter o avanço e reduzir as situações mais graves”, destaca Alcides Tenorio Junior, superintendente do IBGE em Alagoas.

Nordeste 


O movimento observado em Alagoas segue a tendência registrada no Nordeste e no Brasil. Na região, a proporção de domicílios com segurança alimentar passou de 61,1% para 65,2%, enquanto a insegurança grave caiu de 6,3% para 4,8% entre 2023 e 2024.

Mesmo com a melhora, Alagoas ainda apresenta percentual de insegurança grave (5,0%) acima da média nordestina (4,8%) e da média nacional (3,2%). O estado figura, ao lado da Bahia (5,4%) e do Maranhão (5,2%), entre os três com maiores índices de insegurança alimentar grave na região.

Dos 1,118 milhão de domicílios do estado em 2024, 727 mil (65,0%) tinham segurança alimentar; 391 mil (35,0%) enfrentavam insegurança alimentar, sendo 253 mil (22,6%) em insegurança leve, 83 mil (7,4%) em insegurança moderada e 56 mil (5,0%) em insegurança grave.

Metodologia: Escala Brasileira de Insegurança Alimentar


A pesquisa utiliza a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), composta por 14 perguntas que avaliam a percepção das famílias sobre suas condições alimentares nos 90 dias anteriores à entrevista.

As respostas permitem classificar os domicílios em quatro categorias: Segurança alimentar: acesso regular e permanente a alimentos de qualidade; Insegurança leve: preocupação ou redução na qualidade da alimentação; Insegurança moderada: redução na quantidade de alimentos para adultos; e Insegurança grave: redução da quantidade de alimentos para todos os moradores do domicílio. Nessa situação, a fome passa a ser uma experiência vivida no domicílio.


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