Balneabilidade zero
Praias em Alagoas registram trechos com poluição crítica ao longo dos anos
Presença de bactéria detectada em análise do IMA indica poluição por esgoto e fezes nas praias
Levantamento realizado com dados do boletim de balneabilidade produzido pelo Instituto de Meio Ambiente de Alagoas (IMA), publicado entre 2019 e 2024, mostra que no litoral de Alagoas os trechos de praias impróprios para banho tem poluição constante nos locais próximos a foz de rios. O mai poluído pela presença da bactéria Escherichia coli, indicativo de coliformes fecais na água, é a foz do Rio Niquim, na Barra de São Miguel.
Este trecho numa das mais belas e mansas praias de Alagoas é citado como impróprio ao banho em 92% dos boletins publicados pelo instituto. Em seguida estão três trechos localizados na Praia de Maragogi: a Foz do Rio Persinunga, imprópria em 90% dos boletins, a Foz do Rio Salgado, que estava imprópria para banho em 70% das análises, e o trecho localizado na Foz do Rio Maragogi, que impróprio em 62% dos registros.
Maceió aparece na sequência com dois trechos na Praia da Avenida, que recebe as águas do Riacho Salgadinho, com mais de 65% dos laudos sinalizados como impróprios. O levantamento foi realizado pela Agência Tatu, que pesquisou dados de 112 boletins do IMA.
Quadra chuvosa
A reportagem verificou que o período da quadra chuvosa acumula a maior parte dos registros de praias contaminadas. Entre maio e agosto, o percentual de praias impróprias para banho ficou superior a 17%. O mês com maior percentual foi junho, concentrando 19,6% dos locais monitorados impróprios para banho.
Por outro lado, novembro foi o mês que menos registrou poluição nas praias. Somente 8,5% dos trechos litorâneos estavam impróprios para os banhistas ao longo dos anos.
O monitoramento da qualidade da água é feito semanalmente pelo IMA a partir de 67 pontos analisados ao longo do litoral. São coletadas dez amostras em cada ponto, que representa um trecho da praia, ou seja, não significa que toda a extensão da praia esteja imprópria.
A responsabilidade pela qualidade das águas é compartilhada entre diferentes esferas do poder público. Envolve o IMA, as prefeituras, por meio das Secretarias Municipais de Meio Ambiente, e também órgãos como a Polícia Civil e os Ministérios Públicos Estadual e Federal. De acordo com Paulo Lira, gerente do Laboratório IMA, as prefeituras podem ser notificadas a tomar providências quando são identificadas irregularidades ou riscos à saúde pública. O EXTRA publica periodicamente o nível de balneabilidade das praias do litoral alagoano.



