Balneabilidade zero

Praias em Alagoas registram trechos com poluição crítica ao longo dos anos

Presença de bactéria detectada em análise do IMA indica poluição por esgoto e fezes nas praias
Por Tamara Albuquerque 20/10/2025 - 12:58
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Sudes
Retirada de lixo das areias da Praia da Avenida
Retirada de lixo das areias da Praia da Avenida

Levantamento realizado com dados do boletim de balneabilidade produzido pelo Instituto de Meio Ambiente de Alagoas (IMA), publicado entre 2019 e 2024, mostra que no litoral de Alagoas os trechos de praias impróprios para banho tem poluição constante nos locais próximos a foz de rios. O mai poluído pela presença da bactéria Escherichia coli, indicativo de coliformes fecais na água, é a foz do Rio Niquim, na Barra de São Miguel. 

Este trecho numa das mais belas e mansas praias de Alagoas é citado como impróprio ao banho em 92% dos boletins publicados pelo instituto. Em seguida estão três trechos localizados na Praia de Maragogi: a Foz do Rio Persinunga, imprópria em 90% dos boletins, a Foz do Rio Salgado, que estava imprópria para banho em 70% das análises, e  o trecho localizado na Foz do Rio Maragogi, que impróprio em 62% dos registros.

Maceió aparece na sequência com dois trechos na Praia da Avenida, que recebe as águas do Riacho Salgadinho, com mais de 65% dos laudos sinalizados como impróprios. O levantamento foi realizado pela Agência Tatu, que pesquisou dados de 112 boletins do IMA.

Quadra chuvosa

A reportagem verificou que o período da quadra chuvosa acumula a maior parte dos registros de praias contaminadas. Entre maio e agosto, o percentual de praias impróprias para banho ficou superior a 17%. O mês com maior percentual foi junho, concentrando 19,6% dos locais monitorados impróprios para banho.

Por outro lado, novembro foi o mês que menos registrou poluição nas praias. Somente 8,5% dos trechos litorâneos estavam impróprios para os banhistas ao longo dos anos.  

O monitoramento da qualidade da água é feito semanalmente pelo IMA a partir de 67 pontos analisados ao longo do litoral. São coletadas dez amostras em cada ponto, que representa um trecho da praia, ou seja, não significa que toda a extensão da praia esteja imprópria.

A responsabilidade pela qualidade das águas é compartilhada entre diferentes esferas do poder público. Envolve o IMA, as prefeituras, por meio das Secretarias Municipais de Meio Ambiente, e também órgãos como a Polícia Civil e os Ministérios Públicos Estadual e Federal. De acordo com Paulo Lira, gerente do Laboratório IMA, as prefeituras podem ser notificadas a tomar providências quando são identificadas irregularidades ou riscos à saúde pública. O EXTRA publica periodicamente o nível de balneabilidade das praias do litoral alagoano.



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