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Imprensa Oficial celebra protagonismo e diversidade na 11ª Bienal
Programação contou com rodas de conversas e lançamentos para todos os públicos
A 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas ainda nem terminou, mas já começa a deixar saudade. Em 2025, a Imprensa Oficial Graciliano Ramos foi mais uma vez destaque, levando ao Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, em Maceió, uma programação diversa, que valorizou a literatura alagoana e celebrou a identidade cultural do estado.
E entre os principais lançamentos esteve a Coleção Graciliano Ramos, formada por sete livros — quatro para o público adulto e três para crianças e adolescentes — que preservam o legado do célebre escritor. Também foram apresentadas novas obras da coleção Mulheres Extraordinárias, que valorizam a ancestralidade negra e dão visibilidade a autoras alagoanas, convergindo, assim, com o tema da Bienal deste ano: ‘Brasil e África: ligados culturalmente em suas raízes e ritos’.
Patronesse desta edição e Patrimônio Vivo de Alagoas, Mãe Neide Oyá D’Oxum foi uma das homenageadas. Ela lançou seu segundo livro pela Imprensa Oficial Graciliano Ramos, Diário de uma mãe de santo, onde compartilha experiências de sua caminhada não apenas religiosa. “É um momento histórico. Estou muito feliz com o lançamento de mais esse livro. Escrevê-lo foi uma verdadeira terapia. E a palavra cura é a que melhor define Diário de uma mãe de santo”, afirmou.
Nesta Bienal, a Imprensa Oficial, em parceria com a Secretaria de Estado dos Direitos Humanos, também lançou o livro “Orgulho LGBTQIAPN+: acervos, memórias e escritas de si”, organizado por Marcelo Nascimento, Elias Veras e Cíntia Ribeiro. Outro gênero igualmente lembrado foi a literatura de cordel, que teve destaque no estande da editora com o lançamento de Um cordel atrás do outro, do poeta Cícero Manoel, que encantou o público com sua performance e versos rimados.
“Comecei a escrever meus primeiros versos quando eu tinha 18 anos, sempre enaltecendo a cultura sertaneja. As vivências que tive na zona rural, contadas por minha avó, pelo povo matuto, têm influência direta nesse trabalho, que diz muito sobre mim e revela a fantasia do mundo interiorano”, salientou o autor, destacando o apoio da Imprensa Oficial.
Destaque também para Nova Gastronomia Alagoana, do chef Serginho Jucá, e Delícias das Irmãs Rocha, que foi relançado e, assim como o primeiro título, celebra a riqueza e a diversidade da culinária alagoana. As obras unem tradição e inovação, trazendo receitas que vão desde pratos afetivos, passados de geração em geração, até releituras criativas da cozinha regional.
E não para por aqui. A Imprensa Oficial também lançou um importante livro sobre as regiões Agreste e Sertão de Alagoas. Organizado pela historiadora Josielda de Cristo e pelos professores Edvaldo Nascimento e Amaro Hélio Leite, Estudos do Oeste Alagoano – Historiografia e Território em Perspectiva propõe o desafio de se repensar Alagoas sob uma ótica que considere o povo e sua história afro-indígena.
“Foi uma alegria imensa ver a Imprensa Oficial abraçar esse projeto, em parceria com as editoras das universidades federal e estadual de Alagoas, além do Instituto Federal”, celebrou o autor, reforçando que, após a Bienal do Livro, a publicação também estará disponível na sede da Imprensa Oficial, localizada na Avenida Fernandes Lima, em Maceió – outra opção é adquirir por meio da livraria virtual (imprensaoficial.al.gov.br).
Na mesma ocasião, outro título lançado foi Alagoas em 1931, do jornalista, historiador e estatístico Craveiro Costa, que traz dados atualizados da realidade alagoana tomada sob vários aspectos, resgatando documentos e análises que ajudam a compreender o passado sob um olhar crítico e contextualizado.
E além das obras “autônomas”, a editora apresentou, ainda, três títulos da Coleção Palmar, que aborda a presença negra e seus desdobramentos na formação social e cultural do estado. Um dos livros é “Coleção Perseverança – uma etnografia do processo de patrimonialização”, de Maicon Marcante. Fruto de parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), a coleção é mais uma a reforçar o catálogo da Imprensa Oficial.
Por fim, e não menos imponente, o estande da editora foi uma atração à parte. Isso porque a arquiteta Mirna Porto, responsável pelo projeto cenográfico do evento, inspirou-se na Revista Graciliano para conceber o teto do estande com vários exemplares da publicação, o que ajudou a tornar o espaço um ponto de encontro entre autores, leitores e pesquisadores. Além dos lançamentos e sessões de autógrafos, o estande também foi palco, inclusive, de contação de histórias para estudantes da rede pública.
Diretor-presidente da Imprensa Oficial Graciliano Ramos, Mauricio Bugarim reforçou o alcance da iniciativa.
“Demos mais uma demonstração do compromisso do governo Paulo Dantas com a produção literária alagoana, valorizando nossos escritores e, consequentemente, a cultura local. Durante a Bienal, também recebemos diversas personalidades, da jornalista Miriam Leitão ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Victor. E ressalto, especialmente, a Coleção Graciliano, que veio, de forma inédita, com uma versão em braile do livro ‘A terra dos meninos pelados’. Ou seja, também promovemos a inclusão e, dessa forma, contemplamos todos os públicos”, avaliou o diretor, destacando, ainda, a presença de escritores consagrados, a exemplo de Cida Pedrosa, vencedora do Prêmio Jabuti e que participou de roda de conversa sobre a obra de Graciliano.
Neste domingo (9), último dia de Bienal, a Imprensa Oficial encerra sua participação, inclusive, com mais uma roda de conversa, desta vez para debater a obra de Octávio Brandão. O encontro, seguido do lançamento do livro 'Canais e Lagoas', acontece a partir das 10h, na Sala Manguaba do Centro de Convenções de Maceió.



