ofensiva nacional

MP mira grupo que movimentou R$ 400 mi com "laranjas" e empresas de fachada

Organização criminosa que atuava em três estados é suspeita de sonegar R$ 40 milhões em Alagoas
Por Redação com MPAL 18/11/2025 - 07:04
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Assessoria
Invoice: MPAL deflagra ofensiva nacional contra Orcrim suspeita de sonegar R$ 40 milhões do erário alagoano
Invoice: MPAL deflagra ofensiva nacional contra Orcrim suspeita de sonegar R$ 40 milhões do erário alagoano

O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) deflagrou nesta terça-feira, 18,  a Operação Invoice, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa suspeita de sonegar mais de R$ 40 milhões em tributos estaduais. Coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (Gaesf), a ação cumpriu 15 mandados de busca e apreensão nos estados de Alagoas, Espírito Santo e Santa Catarina, alcançando empresas e pessoas físicas envolvidas em um suposto esquema de sonegação, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

Segundo as investigações, o grupo seria formado por quatro empresas de importação e exportação e 11 pessoas físicas, incluindo laranjas e testas de ferro, que teriam movimentado cerca de R$ 400 milhões enquanto deixavam de recolher mais de R$ 40 milhões em tributos ao Estado de Alagoas. Os mandados foram expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital, especializada em crime organizado.

O coordenador do Gaesf, promotor Cyro Blatter, ressaltou o impacto do suposto crime nas políticas sociais. “Cada centavo sonegado representa menos leitos hospitalares, menos professores em sala de aula e menos segurança nas ruas. É um ataque direto aos serviços essenciais que a população depende”, afirmou. O promotor acompanha as diligências em Santa Catarina ao lado do também integrante do Gaesf, Anderson Cláudio de Almeida Barbosa.

O esquema, ainda segundo o MPAL, seria sofisticado e envolvia a emissão de notas fiscais internacionais (invoice) para dissimular o fluxo de dinheiro e ocultar patrimônio. Para isso, os investigados teriam usado laranjas e até beneficiários de programas sociais para dar aparência de legalidade às operações.

A operação contou com o apoio dos Ministérios Públicos do Espírito Santo e de Santa Catarina, das polícias Civil e Militar desses estados, da Secretaria de Estado da Fazenda de Alagoas (Sefaz), da Procuradoria-Geral do Estado e da Secretaria de Segurança Pública de Alagoas. A investigação segue sob sigilo até a conclusão dos trabalhos, que devem incluir o pedido de ressarcimento integral dos prejuízos aos cofres públicos e responsabilização criminal dos envolvidos.

O nome da operação faz referência ao termo “invoice”, que se refere à fatura emitida em negociações internacionais — justamente o tipo de documento utilizado para mascarar movimentações financeiras irregulares no esquema.


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